Trump
afirmou no sábado, por meio de sua rede social Truth Social, que será “detido”
na terça-feira, uma bomba em plena pré-campanha para a indicação republicana a
uma nova candidatura à Presidência americana.
O
republicano instou seus seguidores a se “manifestarem” em seu apoio. Está
previsto para esta segunda um protesto “pacífico” às 18h (19h no horário de
Brasília) no sul de Manhattan.
Mais
de uma dúzia de agentes do Departamento de Polícia de Nova York se reuniram
neste fim de semana com autoridades de Segurança do prefeito democrata Eric
Adams, em antecipação aos protestos, de acordo com The New York Times.
Diante
do temor por possíveis tensões, inclusive com violência, a polícia
nova-iorquina respondeu à AFP que “seu estado de preparação é uma constante em
todo momento e em todos os casos” e que está “coordenando” com o FBI (polícia
federal americana) e a promotoria de Manhattan.
Para
Trump, trata-se de uma “caça às bruxas”. Ele alega que o evento investigado
prescreve em dois anos. “E o mais importante, NÃO FOI CRIME!”, escreveu nesta
segunda-feira na Truth Social.
-
Caso complexo -
O
bilionário de 76 anos, que mudou de forma persistente o equilíbrio dos poderes
nos EUA, voltou nesta segunda a atacar, por meio da Truth Social, a atuação do
promotor Alvin Bragg, que chamou de “corrupta”. O magistrado negro e democrata
foi eleito pela população, como todos os juízes e promotores no país.
A
advogada de Trump, Susan Necheles, denunciou no sábado à AFP uma “perseguição
política” contra seu cliente.
O
caso de Stormy Daniels é juridicamente complexo. A Justiça tenta esclarecer se
Trump é culpado de falso depoimento (uma infração) ou de infringir a lei de
financiamento eleitoral (uma ofensa criminal) ao pagar 130 mil dólares a
Stephanie Clifford, verdadeiro nome de Daniels, semanas antes das eleições de
2016, segundo a acusação.
Na
semana passada, a investigação se acelerou. Michael Cohen, ex-advogado e agora
inimigo do republicano, responsável por entregar o dinheiro a Daniels, e a
atriz prestaram depoimento perante um grande júri, cujo veredito pode levar a
uma acusação.
Trump
também foi chamado a falar a esse júri. Outro de seus advogados disse que ele
“compareceria” no caso de uma intimação do tribunal nova-iorquino.
“Os
promotores quase nunca convidam o alvo da investigação a depor ante o grande
júri a menos que tenha a intenção de acusá-lo”, explicou à AFP o ex-promotor e
professor de direito Bennett Gershman.
De
acordo com seu colega Renato Mariotti, é provável que, no caso de um
indiciamento, Trump, que vive em sua mansão de Mar-a-Lago, em Palm Beach,
Flórida, compareça voluntariamente ao tribunal de Manhattan.
Mas
por razões de segurança e para evitar “um espetáculo”, é “provável que não
chegue ao tribunal pela porta principal”, apontou Robert McDonald, professor de
direito penal e ex-agente do Serviço Secreto, que protege os presidentes dos
Estados Unidos.
O
maior medo das autoridades é uma repetição do caos do ataque ao Capitólio, sede
do Congresso em Washington, em 6 de janeiro de 2021, quando Trump incitou seus
apoiadores a ignorar os resultados das urnas, que deram a vitória nas
presidenciais do ano anterior ao democrata Joe Biden.
No
domingo, vários caciques republicanos manifestaram apoio a Trump, em particular
seu ex-vice-presidente, Mike Pence, que rompeu com o magnata em 2021, e com
quem poderia competir nas primárias pela indicação republicana às eleições de
2024.
Fonte: AFP
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