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A jornalista Nathalia Garcia do jornal Estadão publicou nessa manha de segunda-feira uma matéria com o título: Críticas de Lula ao BC têm efeito reverso, elevam expectativa de inflação e pressionam juros.
Segundo a jornalista Os ruídos gerados pelas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central e à condução da política monetária têm aprofundado a piora das expectativas de inflação a cada semana e pressionado os juros, surtindo efeito reverso ao pretendido pelo governo em seu discurso.
O
boletim Focus, que capta a percepção do mercado financeiro para indicadores
econômicos, mostrou nesta segunda-feira (6) que a projeção para o IPCA (Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para este ano saltou para 5,78%, ante
5,74% na semana anterior. É a oitava semana seguida que a pesquisa traz uma
revisão para cima do índice de inflação.
Para
2024, período de maior relevância para a atuação do BC hoje, a expectativa
também subiu, passando de 3,9% para 3,93% -terceira elevação consecutiva. Para
a taxa básica de juros (Selic), a estimativa se manteve estável em 12,5% em
2023 e foi a 9,75% ao final do próximo ano, contra 9,5% na semana anterior.
De
acordo com estimativa feita por Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC e
presidente do conselho da Jive Investments, as falas de Lula podem resultar em
um custo adicional na administração da dívida pública ao redor de R$ 100
bilhões neste ano, caso a curva de juros continue acima do nível observado
antes das declarações.
"É
dar um tiro no pé", resume ele sobre as declarações do presidente. De
acordo com o economista, o confronto do presidente com o BC é a principal razão
de as expectativas de longo prazo estarem subindo. A questão fiscal entraria em
segundo plano, com o receio dos economistas de que o Brasil não tenha uma
política fiscal sustentável.
"O
presidente Lula tem sido muito vocal contra a política monetária, contra o BC,
até pondo uma certa dúvida se ele concorda com a independência da instituição.
Isso coloca em risco a capacidade de o BC fazer o trabalho dele", diz.
Na
quinta-feira (2), um dia depois de o BC subir o tom dos alertas sobre riscos
fiscais, Lula chamou o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, de
"esse cidadão" e disse que pode rever a autonomia da autoridade
monetária -aprovada em lei em fevereiro de 2021.
"Quero
saber do que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão [Roberto
Campos Neto] terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que
significou o BC independente", disse Lula em entrevista à RedeTV!.
A
autonomia formal do BC já foi alvo de Lula em outras ocasiões. Semanas antes, o
presidente afirmou que duvidava que Campos Neto fosse mais independente do que
Henrique Meirelles em seus mandatos anteriores, entre 2003 e 2010.
Presidente
do BC nos governos anteriores de Lula e ministro da Fazenda na gestão Temer,
Meirelles apoiou o projeto de autonomia formal do BC e defende a sua
manutenção.
"Avançamos
ao ponto da autonomia operacional e depois conquistamos a independência legal,
não há razão nenhuma para voltar atrás, porque só vai criar prejuízos a todos e
ao país", afirma. "Retirar isso é algo que vai deteriorar
completamente as expectativas."
Para
José Júlio Senna, ex-diretor do BC e chefe do Centro de Estudos Monetários do
Ibre-FGV, Lula deveria "agradecer e não se revoltar" com a autonomia
da instituição. Na visão dele, se não fosse isso, a instituição poderia ter
sido utilizada politicamente pelo governo Jair Bolsonaro (PL) na disputa
eleitoral contra o petista.
"Se
não tivesse a independência, o governo anterior teria avançado em cima do BC e
forçado uma política monetária mais frouxa que o ajudasse na eleição. Tenho
zero dúvida de que isso ia acontecer", afirma.
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