EDUCAÇÃO: Jornada Pedagógica de Juazeiro chega ao fim ampliando debate sobre aprendizagem, inclusão no trabalho do AEE e possibilidades da EJA

O último dia da Jornada Pedagógica 2023, promovida pela Prefeitura de Juazeiro, por meio da Secretaria de Educação e Juventude (Seduc), foi realizado nesta quinta-feira (7), na Chácara Bougainville. Dentro da programação da manhã, palestras voltadas para “Os Desafios do Trabalho do AEE e sua contribuição para uma escola efetivamente inclusiva” e “Transtornos da Aprendizagem: conceito, condução e inclusão”. O público-alvo eram professores dos anos iniciais e AEE (Atendimento Educacional Especializado).

A primeira palestra do dia, trouxe a Terapeuta Ocupacional, Coralina Matos, que abordou o tema: “Os Desafios do Trabalho do AEE e sua contribuição para uma escola efetivamente inclusiva”, onde se fala da necessidade de uma escola mais inclusiva e que valorize as potencialidades de cada aluno, dando condições para que se desenvolvam por completo, dentro de um mesmo ambiente de aprendizagem, livre de julgamentos e discriminações.

A modalidade de Educação Especial está definida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação - Lei nº 9.394/1996, ou seja, está presente em toda a rede básica, e em seu artigo 3º estabelece que é um objetivo fundamental promover o bem de todos, sem preconceitos e que o público da Educação Especial, tem direito a receber o Atendimento Educacional Especializado de maneira complementar ou suplementar, e nunca substitutiva à sala de aula.

Para a terapeuta ocupacional e palestrante, Coralina Matos, temas como neurociência, neurodesenvolvimento e neuroplasticidade, ainda precisam ser amplamente discutidos, pois é a partir desse conhecimento que será possível perceber a identificação desses sinais precoces. “Quando essa rede de professores entende e aprofunda sobre as estratégias de: Como motivar a atenção de uma criança, como funciona esse cérebro e como esse conhecimento pode trazer pra mim estratégias mais assertivas? Então, são temas que eu sinto que precisam ser melhor abordados, para que se torne uma estratégia diária, independente da característica de cada criança, porque tendo conhecimento a gente vai conseguir pensar melhor nessas adaptações e deixar essa inclusão mais assertiva”, explica.

Ainda de acordo com Coralina, através de bons livros, canais no YouTube e também rodas de conversa - estendendo o debate para as famílias, é fundamental que se pense em estratégias macro (rodas de conversas com as famílias, treinamento de professores) e micro, que são os folhetos e informativos para as famílias e diálogos mais específicos sobre as crianças, que saiba avaliar esse desenvolvimento para sinalizar onde é que, juntos, família e escola podem auxiliar e ampliar as condições de aprendizagem da criança.

A segunda palestra da manhã, trouxe a discussão sobre “Transtornos da Aprendizagem: conceito, condução e inclusão”, ministrada pela professora da Rede Municipal, Jussya Rodrigues, que é pedagoga e especialista em saúde mental.

Na abordagem, Jussya destaca que é importante diferenciar a dificuldade de aprendizagem, do transtorno de aprendizagem, já que a dificuldade ela ocorre quando influências externas atrapalham esse processo de aprendizagem - a exemplo de fatores emocionais, familiares, alimentação inadequada. Enquanto o transtorno específico da aprendizagem, está ligado a um fator interno, uma condição neurológica, que influencia no processo das informações, como por exemplo, implica no reconhecimento das palavras, das letras, que comprometem as habilidades de leitura e escrita.

“A gente precisa entender que esses fatores externos tiram o foco, o prazer, a motivação. Como negar que questões tão potentes de vulnerabilidade social afetam o desenvolvimento da criança? Isso respinga no 6º, 7º, 8º ano e quem ajuda e protege essas crianças está muito vinculado a políticas públicas. E eu digo em todo lugar que eu vou, se tem um espaço que garante direito, política pública, esse espaço é a escola. Ela cuida, protege, alimenta, ensina, orienta. É a gente que sustenta a maior e melhor política pública de um país”, pontuou.

A programação seguiu com mais palestras, desta vez, abordando discussões sobre as inovações e possibilidades da Educação Jovens e Adultos (EJA). Com o tema: “Transitando entre o sonho e a realidade”, Valdeir Oliveira, educador social da Seduc, e Gilda Pereira, professora da Escola Municipal Professora Maria Franca Pires, localizada no Anexo Conjunto Penal do município, trouxeram registros de experiências e resultados alcançados na EJA, oferecida a pessoas privadas de liberdade, propondo uma concepção de educação democrática, que reconhece, defende e luta por direitos e deveres sociais.

Em seguida, discutindo o tema “Identidade e arte na EJA”, a palestrante, pedagoga e formadora da rede municipal de ensino, Suzana Lindaura, abordou a arte na EJA, a partir de uma perspectiva de identidade, considerada como uma ferramenta pedagógica, portadora de conhecimentos e valores para os alunos, ampliando suas possibilidades de participação social e cultural de forma crítica, criadora e autônoma.

Por fim, finalizando a programação da Jornada Pedagógica 2023: "Educar e cuidar no caminho do novo aprender", os professores da rede municipal de ensino, Sônia Guimarães, Mariana Athayde e Reginaldo Medrado, apresentaram o conceito e benefícios trazidos através do tema: “Letramento digital e Gamificação na Alfabetização de Jovens e Adultos”, demonstrando que, ser alfabetizado digitalmente é ter a capacidade de utilizar tecnicamente as ferramentas digitais com agilidade, e ao mesmo tempo, ser consciente das regras de comunicação em ambientes digitais.

Professor de matemática, na modalidade EJA, da Escola Municipal Santa Inês, localizada no distrito de Maniçoba, Danival Macedo, avaliou a programação de forma positiva. “Foi muito enriquecedor participar da Jornada Pedagógica. Saio daqui ansioso para transmitir aos meus alunos, tanto conhecimento e aprendizado adquiridos. A Educação de Juazeiro já está demonstrando construir um ano letivo de excelência, e eu só tenho a agradecer por poder fazer dessa rede de profissionais competentes, qualificados e valorizados por nossa gestão”, finalizou com entusiasmo, Danival.

Texto: Camila Santana/ Milena Pacheco – Ascom/Seduc/PMJ

Fotos: Ícaro Alexandre - PMJ

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