Foto reprodução
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou neste sábado (28)
que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está "desopilando"
nos Estados Unidos e não tem data para voltar ao Brasil.
Flávio
também atribuiu parcela de culpa ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), pelos atos golpistas de 8 de janeiro, em que apoiadores de Bolsonaro
depredaram os prédios do Congresso, do Palácio do Planalto e do STF (Supremo
Tribunal Federal).
As
declarações foram dadas durante lançamento de um bloco partidário, formado por
PL, Republicanos e PP, que apoiará a candidatura do senador Rogério Marinho
(PL-RN) à presidência da Casa. A eleição será nesta quarta-feira (1º).
Flávio
afirmou que Marinho será capaz de fazer a "pacificação" que Pacheco
não soube fazer à frente do Senado. "Vimos tudo acontecer nos últimos
meses e talvez [seja porque] quem estava sentado na cadeira de presidente do
Senado não teve capacidade de promover a pacificação", disse o senador.
Como
mostrou a Folha nesta semana, prestes a completar um mês nos Estados Unidos,
Bolsonaro pediu ao ex-lutador José Aldo, dono da casa na região de Orlando onde
está hospedado, para estender a estadia por cerca de um mês, até depois do
Carnaval, segundo um amigo do atleta.
A
casa, um imóvel de oito quartos em um condomínio fechado nas imediações dos
parques da Disney, está disponível para aluguel em uma plataforma online por
valores a partir de US$ 519 a diária (cerca de R$ 2.600, sem contar impostos e
taxas que podem fazer o valor quase dobrar), mas foi cedida pelo ex-lutador,
que apoiou Bolsonaro na eleição de 2022.
Segundo
Flávio, o ex-presidente já deu entrada para renovar o visto de permanência no
país. "Está tentando, normal". "Ele tem que mudar a classificação
do visto. Qualquer pessoa que é autoridade é deixou de ser tem que legalizar
essa situação", disse Flavio.
Reportagem
da Folha na última semana apontou que, temendo o cerco legal pela Justiça no
Brasil, Bolsonaro estuda opções para ficar mais tempo nos EUA e pode se
financiar no país dando palestras para empresários.
A
Folha se hospedou no condomínio, na cidade de Kissimmee, por três dias no
começo desta semana e acompanhou a movimentação na porta da casa do
ex-presidente. Ele afirmou desde o primeiro dia que não responderia às
perguntas da reportagem.
Bolsonaro
viajou para os Estados Unidos em 30 de dezembro, antes de terminar o governo e
rompendo a tradição de passar a faixa para seu sucessor, Luiz Inácio Lula da
Silva (PT). Desde então, pouco mudou na rotina do ex-presidente na cidade.
Já
Michelle Bolsonaro retornou ao Brasil na noite desta quinta-feira (26). O
portal Metrópoles publicou imagens da ex-primeira-dama no aeroporto de
Brasília, onde desembarcou acompanhada do amigo e maquiador Agustin Fernandez.
Não
se sabe, porém, se os problemas de saúde de Bolsonaro vão fazê-lo encurtar a
viagem. Ele chegou a ser internado com obstrução intestinal no começo do mês e
na ocasião disse que iria adiantar a volta ao Brasil.
Nesta
semana, seu médico, Antonio Macedo, disse à Folha que ele terá de fazer uma
nova cirurgia ao voltar.
Com
informações de Júlia Chaib/FolhaPress
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