Foto reprodução
A
divulgação do encontro entre o presidente Jair
Bolsonaro que seria realizado nesta 3ª feira (1º.nov.2022) no Palácio
da Alvorada com alguns ministros do Supremo Tribunal Federal acabou irritando
os magistrados. Depois que o Poder360 publicou a informação, isso
precipitou o cancelamento.
Os
ministros ficaram preocupados com a eventual imagem que o encontro poderia ter,
de condescendência com o atual presidente, que até agora não se pronunciou em
público para aceitar a derrota na eleição de domingo para Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
Estavam
pré-confirmados no encontro, pelo menos, a presidente do STF, Rosa Weber, e os
ministros Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques e Luiz Fux.
O
ministro Alexandre de Moraes, que é presidente do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), também foi procurado, mas não poderia participar. Está em voo de
Brasília para São Paulo.
A
intenção de Bolsonaro era explicar aos ministros o que é seu juízo a respeito
do resultado eleitoral de domingo. O cancelamento do encontro terá como
consequência um possível aumento do descontentamento do presidente da República
e dos seus seguidores. O clima político tende a ficar ainda mais tenso em
Brasília.
Depois,
a ideia era o presidente fazer um pronunciamento à nação.
Uma
das preocupações do presidente é com o processo de transição e os desejos de
vingança contra ele em 2023. Há insinuações dentro do Judiciário e entre
integrantes do futuro governo petista de que o presidente atual pode ser
rapidamente preso depois de deixar o Planalto. Esse tipo de comentário é comum
em perfis de redes sociais de apoio a Lula.
O
presidente diria aos ministros do Supremo, se a reunião tivesse acontecido, que
na eleição teve 58,2 milhões de votos. E que esses votos foram também contra
Lula. “As pessoas que votaram em mim votaram também contra uma pessoa que
foi tirada da prisão para me derrotar nas eleições. Muitos brasileiros não
concordaram com isso”, tem dito Bolsonaro a interlocutores.
Na
conversa com os ministros do Supremo, Bolsonaro também pretendia dizer que as
manifestações de caminhoneiros na 2ª e nesta 3ª feira (31.out e 1º.nov.2022)
são uma espécie de exemplo do que pode se transformar o país caso haja um
movimento virulento contra o bolsonarismo, como tem sido sugerido por
militantes lulistas.
O
texto que será lido no pronunciamento por Bolsonaro vem sendo discutido e
formatado desde ontem com alguns de seus colaboradores mais próximos, entre
eles Paulo Guedes (ministro da Economia), Ciro Nogueira (ministro da Casa
Civil), Daniella Marques (presidente da Caixa Econômica Federal), Fábio Faria
(ministro das Comunicações), Rogério Marinho (ex-ministro do Desenvolvimento
Regional e hoje senador eleito pelo Rio Grande do Norte) e o general Augusto
Heleno (ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional).
Como
o Poder360 já adiantou na 2ª feira (31.out.2022), Bolsonaro não
tem intenção de questionar na Justiça o resultado geral das eleições de 2022.
Mas vai apenas expor o que considera uma desigualdade na forma de tratamento
que recebeu por parte do Tribunal Superior Eleitoral durante a campanha.
O
presidente está sem dar declarações públicas desde domingo (30.out.2022), quando saiu derrotado da eleição. A conversa com os
ministros do STF é para pavimentar o caminho para que todos entendam a
motivação de seu pronunciamento que será feito possivelmente na tarde desta 3ª
feira.
No
período da manhã, vários ministros de Bolsonaro já haviam conversado com
integrantes do Supremo e acertado a reunião no Alvorada.
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