Os
resultados de laboratórios particulares indicam um aumento do número de testes
positivos de covid-19 no Brasil. Entre 8 e 29 de outubro, o
País saltou de 3% para 17% de novos diagnósticos confirmados para o vírus em
relação ao total, segundo levantamento do Instituto Todos pela Saúde. A Europa
já tem visto uma elevação de casos e internações. Especialistas afirmam que é
improvável que o Brasil sofra um pico tão grande como ocorreu no 1º semestre do
ano passado, mas dizem que é preciso monitorar o surgimento de variantes e a
redução da procura pelo reforço vacinal.
O
levantamento inclui uma amostra de 595,5 mil testes dos laboratórios Dasa, DB
Molecular e HLAGyn, realizados entre 5 dezembro de 2021 e 29 de outubro de
2022. Com as lacunas de testagem pelo poder público, tem sido mais difícil
antecipar a circulação do vírus pelo País. Segundo o instituto, houve aumento
significativo da positividade nos diagnósticos em Estados como Mato Grosso,
onde o crescimento foi de 3% para 18%; em São Paulo, de 10% para 19%; e também
no Rio, que registrou escalada de 15% para 26%.
Se
confirmada uma nova onda, seria a terceira registrada no País em menos de um
ano, todas ocasionadas pela variante Ômicron. A primeira, entre dezembro de
2021 e fevereiro de 2022, foi provocada pela sublinhagem BA.1 da variante; a
segunda, entre maio e julho, foi causada pelas linhagens BA.4 e BA.5, que são,
hoje, as que circulam no Brasil com maior frequência.
”Há
algumas semanas, regiões como Japão e França, têm enfrentado surtos causados
por descendentes da variante Ômicron BA.5. E esse aumento da positividade de
testes no Brasil, muito provavelmente, está sendo ocasionado por linhagens que
já circulam aqui, ou por novas variantes que circulam globalmente”, afirma
Anderson Brito, pesquisador científico do ITpS, responsável pela coordenação
dos relatórios do instituto. ”Muito provavelmente, a gente vai observar o
cenário mudando ao longo das próximas semanas, indicando uma elevação de
casos”, alerta.
É
difícil de prever o impacto da nova onda, segundo o pesquisador, porque depende
da variante circulante e dos níveis de proteção a nível populacional. Mas, para
ele, é “improvável” que o Brasil sofra, novamente, impactos grandes da doença
como em meados do ano passado, quando uma onda da variante Gama fez disparar o
número de casos de pacientes no País. ”Felizmente, onda após onda, temos visto
número de hospitalizações e mortes cada vez menores. Muito disso se deve ao
avanço da vacinação”.
No
Brasil, segundo o Ministério da Saúde, 399 milhões de doses foram aplicadas no
País. Com isso, 91,5% da população tomou a 1ª dose e 85,8% estão completamente
vacinados. Mesmo assim, o pesquisador do ITpS alerta que linhagens responsáveis
pelo aumento de casos positivos em países da Europa, como a França, devem
chegar ao Brasil. É o caso da BQ.1.1, que se origina da variante BA.5. “É
normal virem linhagens modificadas com mutação que dão vantagens de forma a
conseguirem evitar o reconhecimento pelo nosso sistema imunológico”, explica o
pesquisador.
A
subvariante foi identificada em pelo menos cinco países do continente e,
conforme as autoridades, ameaça ser predominante entre o fim de novembro e o
início de dezembro. No último
19 de outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS), manteve o status da
covid-19, como emergência sanitária internacional. “Embora seja óbvio que a
situação global tenha melhorado desde que a pandemia começou, o vírus continua
a sofrer mutações e a incerteza e muitos riscos permanecem”, disse à época
diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Brito
lembra ainda que as vacinas que estão sendo distribuídas contra a covid-19 são
capazes de fazer uma proteção contra a maioria das linhagens circulantes, mas
que o atual cenário de disseminações serve de aviso sobre o nível de proteção
de cada um.”Alguém que é mais jovem tende a ter uma defesa por um período mais
intenso, mas há subpopulações mais vulneráveis, como idosos e imunossuprimidos,
que perdem essa defesa com mais rapidez. Se eles tomaram ainda a vacina de
reforço, o momento pede que atualizem o esquema vacinal”, conclui o
pesquisador.
Com informações de Caio Possati, especial para o Estadão.
Para ler a matéria na íntegra acesse nosso link na pagina principal do Instagram. www: professsortaciano medrado.com e Ajude a aumentar a nossa comunidade.
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário