OPINIÃO: Implicações da lei do menor esforço

 

Por: Roberval Souza 
Consultor político ABCOP

Analisando o comportamento dos filhos de um amigo, constatei que a educação doméstica de hoje leva a institucionalização da debilidade, o comodismo e a falta de compromisso que vai gerar uma consequência cruel que está contida na frase de Benjamin Disraeli, um primeiro-ministro inglês, que era esperto, mas,  não tão integro que dizia: “uma sociedade só tem chance quando os homens de bem tem a mesma audácia dos corruptos” ou seja, na sua afirmação os debilitados moralmente, os marginais têm uma determinação fora do comum e o homem de bem segue a lei do menor esforço.

Analisando outro fato narrado pelo genro de outro amigo que já morou numa das comunidades do Rio de Janeiro: “ o  pessoal  das facções criminosas do tráfico como o comando vermelho aliciam crianças de 7 (sete),  8 (oito) anos para trabalharem para o crime, viram aviãozinhos para entregar as drogas, onde lhes é cobrado disciplina e eficiência todo dia”.  Então, fora do censo comum,  lógico que é um absurdo, é horrível a comparação, porém, isso faz com que estas crianças  sejam mais eficientes e mais fortes do que a criança, adolescente de classe média que só sabe ficar na frente da televisão, computador ou celular apertando botões, sem responsabilidades.   A criança aviãozinho será mais capaz de sobreviver a situações adversas.

Disciplina, obediência e eficiência capacitam qualquer um a trabalhar e enfrentar a vida com as dificuldades que apareçam, logo, podemos concluir que a lei do menor esforço está fazendo com que o grupo da elite não tenha a menor preocupação em enfrentar a vida e suas adversidades.  Se ocorresse um enfrentamento entre esses dois grupos, o garoto da classe média que não quer fazer nada e o garoto criado sem muitas condições, suportando as pressões do meio, assumindo responsabilidades por necessidades, é logico que o segundo grupo deve ser o que irá obter resultados positivos.

É importante que percebamos que as virtudes podem ser utilizadas como meios para fins criminosos e que são usadas pelo crime organizado para alcançarem seus objetivos e serem cada vez mais altamente eficientes.  É importante que percebamos que é um problema os futuros homens de bem estarem sendo educados para serem ‘nenéns’, inábeis, débeis, não entendem de organização, sem responsabilidade/determinação, sem iniciativa, criados sem sociabilização, sem saber o que querem, prontos para uma vida na lei do menor esforço.

Outro exemplo do genro de um amigo meu é: a diferença de postura entre um garoto vendendo droga e uma pessoa que está atendendo, por exemplo, num serviço público. Não tem nenhuma possibilidade de você ir comprar droga e o garoto não te atender por estar falando no celular com a namorada ou respondendo um e-mail ou vendo um vídeo no tiktok, perceba que se ele não te atender vai ser a última que você o procura e ele não vai fazer outra venda, e ele terá que prestar conta, a esta postura chamamos de eficiência, mas o funcionário não te atende porque ele não está ligado para a eficiência no seu trabalho.”

 Logo se analisamos os fatos vamos ver que todas as técnicas e não virtudes estão mais presentes em quem está a favor da corrupção moral do que quem está a favor do bem.   O que podemos fazer? Precisamos ter coragem e fazer uma mudança radical na estrutura educacional doméstica e formal, fortalecendo a organização, os valores éticos, da família unida e forte.  Exigir presença do aparato legal do estado para não dar o menor espaço para a subversão dos valores positivos  e  da degradação da moral. 

 

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