Lula e Bolsonaro em pré-campanha nas ruas Arquivo- O globo
Três
estados são cruciais para que o pré-candidato a presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) mantenha distância do seu adversário, o presidente e pré-candidato à
reeleição pelo PL, Jair Bolsonaro, e tenha alguma chance de vencê-lo no
primeiro turno: São Paulo, Rio e Minas Gerais. Esta é a avaliação de Felipe
Nunes, professor de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e diretor da Quaest. Apesar de o petista liderar as pesquisas de
intenção de voto nos três maiores colégios eleitorais do país, a vantagem sobre
Bolsonaro vem diminuindo de março para cá, conforme mostra este levantamento
feito pelo instituto de pesquisa:
A
maior mudança ocorreu em São Paulo, onde a vantagem de Lula caiu de 14 para
cinco pontos entre março e julho deste ano, segundo pesquisa Genial/Quaest. A
situação acende um alerta para a campanha do ex-prefeito da capital paulista e
pré-candidato petista ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT).
—
É uma notícia ruim para o Haddad, que esperava que o desempenho do Lula fosse
continuar acima do que historicamente sempre foi. Vale lembrar, o PT não vence
uma eleição em São Paulo desde 2002. Essa queda (de 14 para cinco pontos) é um
desafio para campanha no estado — diz Nunes.
Segundo
o professor da UFMG, a eleição em São Paulo, Rio e Minas Gerais deve ser
acompanhada mais de perto nas próximas semanas:
—
É onde a eleição vai ser definida. Um empate em São Paulo e uma vitória em
Minas e no Rio podem significar a vitória de Lula no primeiro turno.
Na
Bahia, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro continua alta, mas caiu de 47 para 43
no período, segundo o levantamento do instituto. Em Minas, apesar da queda, o
petista mantém uma distância significativa de 18 pontos do atual chefe do Executivo.
O estado mineiro costuma ser um bom termômetro para as eleições presidenciais:
desde a redemocratização, todos os presidentes eleitos venceram em Minas. Já no
Rio, a vantagem continua estreita, assim como em pleitos passados: foi de oito
para cinco pontos.
A
queda da vantagem de Lula sobre Bolsonaro já era um movimento esperado por
especialistas. Primeiro, por causa da saída do ex-juiz Sergio Moro (União
Brasil) da disputa presidencial, o que rendeu mais intenções de voto para
Bolsonaro. E, segundo, pela histórica melhora de um presidente da República em
seu último ano de mandato, quando há mais inauguração de obras e gastos na área
social. Este ano, há ainda os efeitos esperados da PEC que aumenta o Auxílio
Brasil e concede benefícios para diversas categorias.
—
A queda é um processo natural. A questão agora é até que ponto essa diferença
diminui nos estados-chave — afirma Nunes.
Com informações do O globo
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