Foto montagem
O
PT e o PSB, os dois principais partidos da aliança em torno da candidatura
presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, ficaram distantes de um acordo e
devem se enfrentar na eleição para o governo do Rio Grande do Sul, o quinto
maior colégio eleitoral do país.
Ainda
há esperanças entre os petistas em chegar a um entendimento, mas lideranças do
partido reconhecem que hoje essa chance é remota. A eleição gaúcha será
discutida amanhã em reunião da executiva do PT. No encontro, deve ser votada
ainda a possibilidade de rompimento da aliança com Marcelo Freixo (PSB) no Rio,
diante da candidatura ao Senado de Alessandro Molon (PSB). Dirigentes do PT
fluminense dizem que havia um acordo para que o candidato único a senador na
chapa fosse o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT).
Será
avaliada ainda pela direção petista a situação das chapas em Goiás, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso, Acre e Rondônia.
No
Rio Grande do Sul, uma união entre PT e PSB chegou a ser anunciada ema 15 de
junho. O entendimento, naquela ocasião, era de que o nome para disputar o
governo seria discutido posteriormente. Passado mais de um mês, no entanto, não
houve acordo. Tanto o ex-deputado federal Beto Albuquerque (PSB) quanto o
deputado estadual Edegar Pretto (PT) mantiveram suas pré-candidaturas.
No
sábado, o PSB aprovou em convenção a candidatura de Albuquerque. Ontem, o PT
anunciou a pré-candidatura do ex-governador e ex-ministro Olívio Dutra ao
Senado. Ele deseja cumprir um mandato coletivo, com participação ativa de dois
suplentes, que também assumiriam o posto por meio de um rodízio.
Indagado
se ainda via possibilidade de composição com o PT, o presidente do PSB do Rio
Grande do Sul, Mário Bruck, foi direto:
“Se
interessar ao PT colocar o nosso vice, tem.”
Bruck
acrescentou que há uma decisão partidária de não abir mão da candidatura a
governador. No PT, a resistência ao candidato do PSB tem relação com os ataques
que Albuquerque fazia ao partido de Lula até o começo do ano. Os petistas
gaúchos também argumentam que o PSB fez parte da atual gestão do PSDB no
estado.
Sem
saída
A
disputa para o governo gaúcho tem dois candidatos alinhados ao presidente Jair
Bolsonaro (PL): o ex-ministro Onix Lorenzoni (PL) e o senador Luis Carlos
Heinze (PP). Como representante da terceira via, o principal nome é o
ex-governador Eduardo Leite (PSDB).
Havia
uma intenção de o PT e PSB estarem juntos em todos os estados. Mas as
diferenças em alguns locais devem prevalecer. Na Paraíba, o atual governador,
João Azevêdo (PSB), viu os petistas se aliarem ao seu adversário, o senador
Veneziano Vital do Rêgo (MDB).
Em
outros locais, porém, foi possível chegar a um entendimento. No Espírito Santo,
o PT aceitou retirar a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato para apoiar
a reeleição do atual governador Renato Casagrande (PSB).
Em
Santa Catarina, o desfecho do embate entre PT e PSB foi semelhante ao de São
Paulo. Após meses de idas e vindas, a pressão e a força do PT deixou a sigla
aliada sem saída. O senador Dário Berger (PSB) retirou a pré-candidatura ao
governo estadual para concorrer à reeleição. Berger esticou a corda até o
limite e tentou recorrer ao seu antigo aliado e ex-governador de São Paulo
Geraldo Alckmin, que será vice na chapa de Lula. Em vão. Acabou tendo que
atender a pedido do ex-presidente:
“Estive
com Lula e Alckmin, e eles me fizeram um apelo pela unidade e para manter a
frente ampla unida. O ex-presidente assumiu o compromisso de que eu seria seu
único candidato no estado. Não tinha como não atender ao pedido dele.”
A
articulação entre PT e PSB, no entanto, gerou efeitos colaterais. O PDT queria
a vaga ao Senado para dar mais visibilidade ao ex-ministro Ciro Gomes e deixou
a chapa. O PSOL, que faz parte da frente de esquerda, também não abre mão do
Senado e avalia lançar candidatura avulsa.
Na
eleição paulista, vista como prioritária por Lula, Márcio França (PSB) aceitou
desistir de se candidatar a governador no para apoiar o ex-prefeito Fernando
Haddad (PT). Ele vai concorrer ao Senado.
Fonte: IG Política/ O Documento
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