Por:
Marlla Sabino e Matheus Piovesana/ Estadão
BRASÍLIA
- O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado que conversou
com o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros
(Progressistas-PR), e com o presidente da Casa, Arthur Lira
(Progressistas-AL), para abrir na segunda-feira uma CPI para
investigar a Petrobras, estatal de controle do governo federal.
"Conversei
ontem com o líder do governo e o presidente da Câmara para a gente abrir uma
CPI segunda-feira, vamos para dentro da Petrobras", disse ele durante o
ato de unção apostólica do Ministério Restauração, em Manaus. Após o fim
da frase, Bolsonaro foi aplaudido pela plateia.
O
presidente tem defendido a instauração de uma CPI para investigar a atual
diretoria da empresa, que foi indicada por ele mesmo. Bolsonaro tem criticado a
Petrobras por reajustar preços diante da alta do petróleo no mercado
internacional. A empresa, que importa combustíveis para suprir a demanda do
mercado doméstico, segue desde 2016 os preços internacionais, mas tem espaçado
os reajustes.
A
estatal anunciou na sexta-feira, 17, aumento de 5,2% na gasolina e de
14,2% no diesel, considerando o preço cobrado nas refinarias. Bolsonaro
criticou o reajuste ainda na sexta, bem como Lira.
"É
inadmissível, com uma crise mundial, a Petrobras se gabar dos lucros que tem.
Só no primeiro trimestre, foram R$ 44 bilhões de lucro, nunca visto na
história", disse Bolsonaro neste sábado.
Como
principal acionista, a União recebe a maior parte dos dividendos da
estatal, que vão direto para o caixa do governo. Como mostrou o Estadão,
entre janeiro de 2019 (início do governo Bolsonaro) e março deste ano, a Petrobras
já injetou nos cofres federais R$ 447 bilhões, levando-se em conta, além
dos dividendos, os impostos e os royalties pagos.
'Lucro
abusivo'
O
presidente disse ainda que o lucro da petroleira é abusivo. "Ninguém quer
interferir nos preços, mas esse spread, esse lucro abusivo, a diretoria, seus
presidentes, seus conselheiros poderiam resolver", afirmou ele. "O
que vocês sentem, no bolso, se fosse só no Brasil, poderia me culpar, mas é no
mundo todo."
Bolsonaro
disse que a diretoria da Petrobras, que decidiu pelo reajuste, não pensa no
Brasil, e que virou um "Petrobras Futebol Clube". O atual presidente da
companhia, José Mauro Coelho, foi demitido por Bolsonaro pouco mais de
um mês depois de ser indicado por ele mesmo, mas não entregou o cargo. Coelho é
o terceiro presidente da Petrobras a ser demitido no governo Bolsonaro.
O
indicado a sucessor, Caio Paes de Andrade, secretário de
desburocratização do Ministério da Economia, ainda precisa ser aprovado pelas
estruturas internas da companhia e também ser eleito para o conselho de
administração.
No
evento deste sábado, Bolsonaro atribuiu a queda de valor de mercado da
Petrobras no pregão de sexta-feira, de cerca de R$ 30 bilhões, ao
reajuste que a companhia anunciou -- na verdade, a queda teve como um dos
motivos o temor dos investidores com a ingerência política na estatal e as
promessas de retaliação por parte do Congresso, incluindo aumento de impostos.
"Acredito que na segunda-feira, com a CPI, vai perder outros 30 (bilhões
de reais)", afirmou o presidente.
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