Ministro Luís Roberto Barroso - foto STF
O
ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), foi
interrompido e chamado de mentiroso durante palestra neste sábado (25/6),
no Brazil Forum UK, em Oxford, na Inglaterra. Ele reagiu afirmando que um
dos problemas do Brasil é "um déficit imenso de civilidade". "É
preciso trabalhar com a verdade."
Barroso
foi interpelado por uma mulher que estava na plateia e reagiu quando ele disse
que precisou impedir "o abominável retrocesso que seria a volta
ao voto impresso com contagem pública manual", prática chamada por
ele de "o caminho da fraude". "Isso é mentira. Ninguém falou em
contagem manual", disse a mulher.
Barroso
sugeriu que ela entrasse na internet para verificar a defesa do voto impresso e
manual, pauta utilizada pelo presidente Jair Bolsonaro para mobilizar sua
base. A mulher insistiu em dizer que a fala do ministro era mentirosa e ganhou
o apoio de ao menos uma pessoa que também estava na plateia do evento.
"O
pensamento conservador, que é legítimo, foi capturado pela grosseria",
afirmou Barroso.
Para
o ministro, é preciso ser capaz de discutir de forma educada, com respeito e
consideração. "Viramos um país de ofensas", disse, citando comentário
de outra mulher no Twitter que se apresentou como católica e
conservadora e o xingou com um palavrão.
Por
meio de nota de seu gabinete neste domingo (26/6), Barroso afirmou que,
"quando presidia o Tribunal Superior Eleitoral, teve que gastar tempo e
energia debatendo a volta do voto impresso 'com contagem pública manual'.
"Era nessa linha a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) levada à
votação na comissão especial da Câmara dos Deputados. Sua afirmação foi alvo de
alguns questionamentos."
"A
verdade, no entanto, brilha por si só. Basta, portanto, relembrar os fatos:
O texto final apresentado pelo relator da PEC 135/2019, que previa o voto
impresso, afirmava expressamente: "Altera a Constituição Federal a fim de
assegurar o direito do eleitor de verificar a integridade de seu próprio voto
por meio da conferência visual de registro impresso, bem como objetivando
garantir que a apuração do resultado das eleições se dê por meio de contagem
pública e manual dos votos". O texto do deputado Felipe Barros, de 4
de agosto de 2021, pode ser lido aqui.
Votaram
a favor desse texto — que acabou rejeitado —, apoiadores do presidente da
República, conforme votação divulgada pela Câmara.
Na
mesma linha, em diversas manifestações públicas, o próprio presidente da
República defendeu a "contagem pública dos votos, como se confirma neste link,
de 8min40 a 10min22) e neste tuíte: "Parabéns ao povo brasileiro".
"Eleições democráticas somente com contagem pública dos votos."
Portanto,
o que o ministro Luís Roberto Barroso afirmou corresponde à exata realidade dos
fatos, à pura verdade. Como tem afirmado o ministro, o voto impresso, em boa
hora rejeitado pela Câmara dos Deputados, poderia trazer de volta o caminho da
fraude eleitoral. Essa é a posição do ministro, que respeita as opiniões
diferentes.
"Uma mentira muitas vezes repetida jamais libertará."
Com informações da Revista consultor jurídico
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