O
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí (Sindjor-PI) e a
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) vêm a público lamentar e repudiar a
prisão arbitrária e truculenta do repórter Efrem Ribeiro, da TV Piauí, ocorrido
no último domingo (8/05), ao tentar fazer uma reportagem sobre as condições precárias
do Hospital Regional Manoel Sousa Santos na cidade de Bom Jesus, no Sul do
Piauí.
O
episódio de violência contra o jornalista confirma a tentativa de cerceamento
ao livre exercício do jornalismo pelo profissional, que apenas cumprindo seu
papel social e foi ao hospital constatar se eram verdadeiras denúncias que
constam no Ministério Público Estadual sobre falta de medicamentos, médico
diarista e materiais de UTI no Hospital, do Governo do Piauí.
Efrem
Ribeiro foi surpreendido por uma Guarnição da Polícia Militar, chamada pelos
gestores do Hospital, quando estava registrando com sua câmera as dependências
do Hospital e noticiando as condições da unidade de saúde. De forma abrupta, os
PMs conduziram o repórter para a Delegacia de Polícia Civil de Bom Jesus, para
prestar esclarecimentos.
O
profissional relata que começou a produzir a reportagem no sábado (7/05) e foi
detido pela PM domingo, após ser denunciado pela direção do hospital. Ao
relatar o episódio, Efrem Ribeiro afirma que um funcionário do hospital ao
filmá-lo ficou instigando as pessoas a chamarem a polícia, até que as viaturas chegaram
e ele recebeu voz de prisão e foi conduzido à Delegacia.
Em
nota, a diretoria do Hospital Regional de Bom Jesus afirma que o jornalista
Efrem Ribeiro filmou, de maneira “equivocada”, o rosto de uma criança sem o
consentimento da família, o que teria gerado um mal-estar. Por conta disso,
segundo a direção do hospital, a polícia foi acionada.
Para
o Sindjor-PI e a FENAJ, essa justificativa do hospital, em nota, não justifica
a forma arbitrária da prisão. É inadmissível que profissionais do jornalismo
sejam atacados, ameaçados e impedidos de realizar seu trabalho, em um claro
atentado à liberdade de imprensa. É revoltante que esse episódio, inclusive,
tenha se dado em uma instituição pública, que deveria primar pelo respeito ao
livre trabalho da imprensa.
É
premissa fundamental do Estado Democrático de Direito, no qual deve imperar o
respeito à dignidade da pessoa humana, o livre exercício do jornalismo e a
liberdade de expressão. Diante disso, as entidades esperam que a Secretaria
Estadual da Saúde tome as medidas cabíveis para reparar as violações ao
exercício profissional dos jornalistas e que situações como essa não voltem a
acontecer.
O
Sindjor-PI e FENAJ acrescentam que buscarão formalmente ao Governo do Estado
para lembrar que impedir o livre exercício do Jornalismo é um atentado contra o
direito humano fundamental da sociedade de ser informada. Práticas de
impedimento ao trabalho dos operários e das operárias da notícia são
características de regimes totalitários e deve ser amplamente combatido por
todos os segmentos sociais.
Sindicato
dos Jornalistas Profissionais do Estado do Piauí
Federação
Nacional dos Jornalistas – FENAJ
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