Homem
é observado por forças de segurança em piquete individual montado em frente a
monumento de Lenin em Moscou (Foto: Avtozak LIVE/Reprodução Telegram)
O
1º de maio na Rússia teve
celebração ao Dia Internacional dos Trabalhadores, mas também foi marcado por
novas manifestações contra a guerra na Ucrânia. Como tem ocorrido desde
o início do conflito, as forças policiais prenderam dezenas de ativistas,
jornalistas e manifestantes, segundo apurou um órgão de vigilância. As
informações são do jornal independente russo The
Moscow Times.
Segundo
o site OVD-Info,
uma organização de direitos
humanos que monitora a repressão policial na Rússia, sete pessoas
foram detidas em Moscou, outras sete em São Petersburgo, seis na cidade
siberiana de Novosibirsk e mais seis em Chelyabinsk, nos Urais.
Em
São Petersburgo, as autoridades levaram sob custódia os jornalistas do jornal
independente Novaya
Gazeta Yelena Lukyanova e Andrei Dushutin, por conduzirem Yelena
Osipova, uma sobrevivente do cerco nazista de Leningrado e manifestante
veterana, a um piquete antiguerra. A aposentada de 76 anos chegou a ser presa
em março quando ergueu seu cartaz junto a outros milhares de manifestantes.
Lukyanova
foi acusada de violar as restrições sanitárias do coronavírus. Ela e o
colega foram libertados após mais de três horas na delegacia, informou a edição
europeia do Novaya Gazeta pelas redes sociais.
Outra
situação de prisão registrada em São Petersburgo envolveu uma ativista que
encenou um protesto ao se algemar a uma grade diante de um aparelho de
televisão que trazia uma imagem do comentarista pró-Kremlin Vladimir Solovyov.
Já
na capital, Moscou, pelo menos dois manifestantes foram presos.
Desde
que o presidente Vladimir Putin ordenou que as tropas russas avançassem para o
território ucraniano, em 24 de fevereiro, mais de 15 mil manifestantes
antiguerra foram detidos. Entre as acusações estão a disseminação de “notícias
falsas” sobre as ações dos militares russos no exterior e vandalismo.
Dentro
da severa legislação para controle
das manifestações, os detidos têm que pagar multas que chegam a 300 mil
rublos (R$ 16,9 mil), com possível pena de prisão por até 30 dias. Já uma lei
do início de março, com foco na guerra, pune quem “desacredita o uso das forças
armadas”.
A
pena mais rigorosa é aplicada por divulgar “informações sabidamente falsas”
sobre o exército e a “operação militar especial” na Ucrânia, eufemismo do
governo para descrever a guerra. A reclusão pode chegar a 15 anos. Mesmo sob
ameaça do Kremlin, cidadãos têm feito protestos solitários nas ruas.
Homem
é condenado por agressão a policial
Na
quinta-feira (28), um ativista de São Petersburgo foi condenado a prisão por
supostamente atacar um policial durante uma manifestação contra a ação militar
na Ucrânia, informou a Radio
Free Europe.
Segundo
o serviço de imprensa dos tribunais da segunda maior cidade russa, Zakhar
Tatuiko, de 24 anos, foi condenado a 16 meses de prisão depois de ser
considerado culpado por agarrar um policial durante a manifestação no início de
março e pulverizar spray de pimenta no rosto dele.
Não
está claro como Tatuiko se defendeu no caso.
Fonte: A Referência
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