A
Controladoria Geral do Município (CGM) de São Paulo deverá abrir uma
sindicância para investigar a contratação de um show da cantora Daniela
Mercury, por R$ 160 mil, que serviu de palco para manifestação de apoio a Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), no dia 1º Maio. As informações são de Carlos
Petrocilo/folha de São Paulo.
A
apresentação em comemoração ao Dia do Trabalhador, no Pacaembu (zona oeste da
cidade), foi paga com recursos da prefeitura. A cantora recebeu R$ 160 mil.
O
assunto deixou o prefeito Ricardo Nunes (MDB) irritado. À reportagem, Nunes
afirmou nesta quarta que a CGM abrirá uma sindicância e ressaltou que o recurso
é oriundo de emenda parlamentar dos vereadores Alfredo Alves Cavalcante, o
Alfredinho, e Eduardo Suplicy, ambos do PT, e Sidney Cruz (Solidariedade).
"A
prefeitura não iria negar a solicitação por emenda parlamentar para fazer uma
festa para os trabalhadores, ressaltando que não é permitido em qualquer
atividade paga com recursos públicos o uso político partidário", disse o
prefeito.
A
reportagem procurou no início da tarde os três vereadores citados pelo
prefeito, Alfredinho, Suplicy e Cruz. Mas não obteve retorno até a publicação
deste texto.
O
show reuniu sete centrais sindicais na praça em frente ao estádio do Pacaembu
com o propósito de comemorar o Dia do Trabalhador. Também se apresentaram
artistas como Dexter Oitavo Anjo, Francisco, el Hombre e DJ KL Jay e
integrantes do grupo de rap Racionais MC's.
Candidato
à Presidência da República, Lula discursou como uma das estrelas da
manifestação. O ato teve ainda uma série de ataques ao presidente Jair
Bolsonaro (PL).
Segundo
a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o pagamento do cachê gerou ruído
depois que um suposto contrato entre ela e a Prefeitura de São Paulo passou a
ser divulgado nas redes bolsonaristas.
A
produção da artista esclareceu que, inicialmente, assinou um contrato com a
administração municipal. Esse documento, porém, foi cancelado, e a cantora,
então, firmou acordo com a produtora M Giora Comunicações, que organiza evento
para as centrais sindicais.
A
empresa pagou à Daniela duas parcelas de R$ 80 mil cada, totalizando R$ 160
mil, e será reembolsada pelas centrais sindicais.
Em
nota, a assessoria da CUT, uma das centrais sindicais, afirma que os recursos
para o evento vieram mesmo da prefeitura, e foram reservados à festa por meio
de emendas parlamentares de vereadores que garantiram dinheiro para a estrutura
e também para o pagamento do cachê dos artistas.
De
acordo com a central, é comum a prefeitura apoiar eventos que são gratuitos e
abertos a todos os paulistanos.
Já os presidentes das sete centrais sindicais disseram em nota que "o uso das emendas parlamentares para a realização de festas populares é respaldado pela lei orçamentária do município, que permite a vereadores e vereadoras destinar o valor das emendas a atividades culturais com apresentações artísticas abertas ao público, como festas juninas, festas de aniversário de bairro, atividades esportivas amadoras, como corridas de rua e campeonatos, Dia do Trabalhador, entre outras".
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