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após a divulgação das estimativas para o primeiro turno da eleição presidencial
francesa, que confirmaram na noite deste domingo (10) o embate de Emmanuel
Macron e Marine Le Pen no segundo turno do pleito, a maioria dos candidatos
derrotados se posicionou do lado do chefe de Estado, que tenta se
reeleger. Apenas o ultra-direitista Eric Zemmour e Nicolas Dupont-Aignan,
ex-aliado de Le Pen, pediram que seus eleitores votassem na candidata em 24 de
abril, quando acontece o segundo turno.
De
acordo com os resultados parciais divulgados pelo Ministério do
Interior às 23h30 em Paris (18h30 em Brasília), quando mais de 80% dos
votos já haviam sido contabilizados, Macron, do partido República em
Marcha (REM), obteve 27,37%, enquanto Le Pen, da Reunião Nacional (RN),
conquistou 25,62%
Em
uma tentativa de bloquear Le Pen, os candidatos ecologista, socialista,
comunista e da direita tradicional pediram votos para o atual presidente. Esses
quatro representam cerca de 15% dos votos no primeiro turno, segundo
estimativas.
Desses
quatro, a direitista Valérie Pécresse foi a única que evitou fazer
claramente um pedido de voto aos apoiadores de seu partido, Os Republicanos. No
entanto, disse que votaria em Macron porque o projeto de Le Pen levaria o
país "à discórdia, à impotência e à falência".
O
líder da esquerda radical, Jean-Luc
Mélenchon, que ficou em terceiro lugar, com mais de 19%, também não foi
explícito em seu apoio ao presidente. No entanto, disse que "não se deve
dar um único voto a Le Pen”, repetindo praticamente a mesma frase de Philippe
Poutou, do partido anticapitalista.
Raros
apoios para Le Pen
Já
o candidato da extrema direita, Eric Zemmour, que obteve 7% dos votos no
primeiro turno, expressou seu apoio à ultradireitista. "Tenho muitos
desacordos com Marine Le Pen. Mas eu não me enganei de adversário",
afirmou Zemmour, que pediu para que seus simpatizantes "votem em Marine Le
Pen".
Outro
que declarou seu apoio à líder da extrema direita foi Nicolas
Dupont-Aignan, aliado em Le Pen em 2017. Em seu discurso, ele disse que é
preciso “fazer tudo para fazer uma barreira” contra Macron.
A
candidata da Luta Operária, Nathalie Arthaud, preferiu criticar tanto Le Pen
como Macron, dizendo que ambos eram “inimigos da classe operária”.
“Crucial
para o futuro da Europa”
Discursando
para apoiadores em Paris, Emmanuel Macron saudou a “clareza” dos candidatos
derrotados, que pediram votos para ele. No entanto, o chefe de Estado alertou
que "nada está decidido" e que o segundo turno contra Le Pen será um
momento crucial, “tanto para nosso futuro como para o futuro da Europa”.
O
chefe de Estado disse ainda que está disposto a "inventar algo novo"
para reunir os eleitores. “Peço a todos, independentemente de sua escolha no
primeiro turno, que se unam a nós (...) Nada deve ser como antes”, declarou.
Já
Marine Le Pen disse que “o que estará em jogo em 24 de abril será uma escolha
de sociedade e de civilização". Ela afirma que a França precisa de
"uma grande alternância".
Desde
o início da campanha, o chefe de Estado era considerado favorito para sua
reeleição, seguido por Marine Le Pen. Mas a líder da extrema direita conseguiu
diminuir a diferença das pesquisas de intenção de voto nas últimas semanas.
Macron
praticamente não fez campanha e participou de apenas um grande comício,
apostando em seu balanço nos últimos cinco anos. O chefe de Estado também se
beneficiou de seu protagonismo no âmbito europeu, já que a França está à frente
da presidência rotativa da União Europeia.
Já
Marine Le Pen, que tradicionalmente tinha na luta contra a imigração sua
principal bandeira, se apresentou nesta campanha principalmente como uma
defensora do poder aquisitivo e das classes populares.
Mesmo
assim, seu programa internacional gera temores. Le Pen propõe, entre outras
coisas, abandonar o comando da Otan, órgão da Aliança Atlântica que determina a
estratégia militar. Sua eleição representaria ainda um novo revés para a União
Europeia (UE), após a reeleição do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban.
Uma
pesquisa de intenções de voto realizada pelo instituto Elabe logo após a
divulgação dos resultados do 1° turno apontou que, se o segundo turno
fosse hoje, Macron ganharia com 52% dos votos.
Com informações da RFI
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