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Da redação
Segundo reportagem das jornalistas Cátia Seabra e Victória Azevedo da Folha de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta uma crise pública de sua
pré-campanha com a disputa pelo comando da comunicação.
Alvo
de críticas de dirigentes petistas, o coordenador de comunicação, o ex-ministro
Franklin Martins, foi chamado para uma conversa com Lula ainda nesta
quarta-feira (20), alimentando rumores de que seria destituído.
A
crise no marketing desnudou uma queda de braço na coordenação da pré-campanha,
que também tem sofrido críticas internamente pela falta de uma unidade na disseminação
de ideias e pautas e o vaivém nas declarações do próprio ex-presidente.
Dois
exemplos mais recentes foram as declarações sobre o aborto e a reforma
trabalhista.
No
primeiro, o petista afirmou que o aborto deveria ser um "direito de todo
mundo", fornecendo munição para seus adversários. No dia seguinte, o
petista contornou as declarações, se posicionou pessoalmente contra o aborto e
defendeu o tratamento para mulheres que realizarem o procedimento na rede
pública de saúde.
Já
no caso da reforma trabalhista as declarações se arrastam desde o começo do
ano. Em janeiro, publicações nas redes sociais de Lula e Gleisi, a favor da
"contrarreforma" em implementação na Espanha, causaram reação no
setor empresarial.
Emissários
de Lula se apressaram a explicar que não se tratava de uma revogação integral
da reforma aprovada no governo de Michel Temer (MDB), mas sim a revisão de
alguns itens.
Como
o jornal Folha de S.Paulo mostrou, porém, o PT propôs e a federação partidária
que formará endossou a proposta de revogação da reforma embora o próprio Lula
reconheça entraves para a iniciativa.
Em
entrevista a uma rádio do Tocantins, na terça (19), o petista afirmou que quer
reconstruir uma "relação de trabalho moderna". "Não é que a
gente faça a revogação [da reforma], porque ninguém quer de volta o
passado", ressaltou.
Em
relação ao comando da comunicação, petistas reclamam da dificuldade de diálogo
com o coordenador. Esse abismo, dizem, é visível nas redes sociais, onde as
páginas do PT e seus parlamentares não reproduzem postagens de Lula por não
serem previamente avisados sobre essas publicações.
Dirigentes
petistas afirmam que não querem apenas financiar as despesas da pré-campanha a
cargo do fundo partidário até a oficialização da candidatura, mas participar
da tomada de decisões.
O
maior foco de queixa está nas redes sociais. Em comparação ao bolsonarismo,
petistas afirmam que o comando da pré-campanha do petista é analógico.
Lula,
por sua vez, tem lamentado a interlocutores a dificuldade de se contrapor ao
discurso bolsonarista, por exemplo, quando afirmam que a defesa do meio
ambiente é incompatível com o desenvolvimento econômico ou quando minimizam o
papel dos sindicatos na relação entre patrão e empregado.
O
desfecho da crise deverá ser acompanhado de uma mudança na estrutura da
pré-campanha, com a instalação de uma coordenação política, sob o comando do
senador Jacques Wagner (PT-BA) e a participação dos deputados federais Rui
Falcão (PT-SP) e José Guimarães (PT-CE).
Prevista para a semana passada, a instalação foi adiada para depois do dia 7 de maio, quando a pré-candidatura de Lula será formalizada em ato em São Paulo.
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