Antes
de ser invadida pela Rússia,
a Ucrânia vinha
preparando sua população
civil para combater em caso de uma eventual guerra. O conflito teve
início no dia 24 de fevereiro, com a agressão das tropas russas ao país
vizinho. Dias depois, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky passou a convocar também
os estrangeiros a pegarem em armas para defender seu país. Desde então, segundo
ele, 16 mil voluntários se ofereceram para fortalecer as defesas contra Moscou,
segundo o jornal The Washington Post.
O
líder ucraniano citou o número em um vídeo postado no aplicativo russo de
mensagens Telegram, no qual chamou os voluntários de “legião
internacional”. Para facilitar o trânsito de quem estiver disposto a defender a
Ucrânia, Zelensky suspendeu a necessidade de visto para o ingresso no país. O
movimento remete à guerra Civil Espanhola, que ocorreu entre 1936 e 1939 e
também contou com milhares de estrangeiros na luta contra o fascismo do ditador
Francisco Franco
“Qualquer
um que queira se juntar à defesa da Ucrânia, da Europa e do mundo pode vir e
lutar lado a lado com os ucranianos contra os criminosos
de guerra russos“, disse o Ministério da Defesa da Ucrânia em comunicado.
“Não temos nada a perder, a não ser nossa própria liberdade”, reforçou
Zelensky.
No Facebook,
o Ministério publicou instruções de como se preparar e ingressar na Ucrânia
para lutar.
“Se você tem experiência de combate ou quer ganhá-la ao lado de bravos
defensores ucranianos, é hora de agir. Junte-se à legião internacional de
defesa territorial”, diz o post.
Por
enquanto, a maioria dos estrangeiros em ação na Ucrânia é procedente de
ex-repúblicas soviéticas, como Geórgia e Belarus. Mas há relatos de
voluntários norte-americanos, japoneses e britânicos. O governo da Letônia, por exemplo, autorizou
oficialmente seus cidadãos a lutarem. Já os EUA alertam seus cidadãos de que
incorreriam em irregularidade caso se alistassem para combater por um país
estrangeiro.
Um
britânico em Kiev
O
britânico Macer Gifford, ex-militar com experiência de combate no Afeganistão, é um
dos voluntários a combater na Ucrânia. Ele viajou a Kiev no início do conflito,
para ajudar as forças ucranianas a estabelecer um programa de primeiros
socorros no campo de batalha. E já retornou ao Reino Unido, segundo a
revista Newsweek.
“Ouvi
falar de potencialmente centenas de pessoas que estão pensando em ir para a
Ucrânia. Já conheço meia dúzia de pessoas, se não mais, que estão lá”, diz ele,
que após deixar o exército lutou como voluntário ao lado das forças curdas
contra os Estado
Islâmico (EI) na Síria.
“Este conflito (na Ucrânia) tem apenas uma semana, e existe o potencial real de
que as brigadas internacionais cheguem aos milhares”.
Agora,
de volta a seu país, Gifford diz que pretende apoiar a “legião internacional”
de Zelensky com orientações àqueles que planejam lutar na Ucrânia, em
particular ex-militares e engenheiros. “Não sou um recrutador, sou um
facilitador”, afirma. “Ficarei feliz em ajudar alguém que deseje ir e
aconselhar as pessoas. Mas deve estar absolutamente claro que, se decidirem ir,
é inteiramente por conta deles”.
Nesse
sentido, o britânico faz outro alerta. “Eles não receberão apoio do governo
britânico. Se forem capturados pelos russos, podem não ser reconhecidos como
prisioneiros de guerra legítimos e podem ser tratados como criminosos”, diz. “O
governo britânico não vai resgatá-los. Precisa ficar claro que, se estão se
juntando às forças armadas ucranianas, não estão se juntando às forças armadas
britânicas”.
Por
que isso importa?
A
escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão
russa ao país vizinho no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em
2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até
hoje.
O
conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças
separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que
formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios
independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como
argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação
militar especial”.
“Tomei
a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de
Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro, de acordo com o site
independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira
explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em
Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.
Desde
o início da ofensiva, as forças da Rússia caminham para tentar dominar Kiev,
que tem sido alvo de constantes bombardeios. O governo da Ucrânia e as nações
ocidentais acusam Moscou de atacar inclusive alvos
civis, como hospitais e escolas, o que pode ser caracterizado como crime de
guerra ou contra a humanidade.
Fora
do campo de batalha, o cenário é desfavorável à Rússia, que tem sido alvo de
todo tipo de sanções. Além das esperadas punições financeiras impostas pelas
principais potencias globais, que já começaram a sufocar a economia russa, o
país tem se tornado um pária global. Representantes russos têm sido proibidos
de participar de grandes eventos em setores como esporte, cinema
e música.
De
acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, as punições tendem a aumentar o
isolamento da Rússia no mundo. “Ele não tem ideia do que está por vir”, disse o
líder norte-americano, referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin. “Putin
está agora mais isolado do mundo do que jamais esteve”.
Com informações do site de notícias internacionais A Referência
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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