O
russo Garry Kasparov, ex-campeão mundial de xadrez e atualmente ativista pelos
direitos humanos, se posicionou contra a Rússia e pediu que seu país
de origem seja jogado “de volta à Idade da Pedra”, com sanções e outras formas
de punição impostas pelos governos ocidentais em função da agressão russa
à Ucrânia. Ele deu a
declaração em entrevista à agência Reuters. As informações são do A Referência.
“A
Rússia deve ser jogada de volta à Idade da Pedra, para garantir que a indústria
de petróleo e gás e quaisquer outras indústrias sensíveis que sejam vitais para
a sobrevivência do regime não possam funcionar sem o apoio tecnológico
ocidental”, disse Kasparov.
Desde
o início da guerra, a Rússia tem sido alvo de todo tipo de sanção, o que tornou
o país um pária internacional. No campo econômico, a União
Europeia (UE) cortou sete bancos russos do Swift, um sistema de
pagamentos baseado na Bélgica que
movimenta dinheiro entre milhares de bancos em todo o mundo. É o que se
convencionou chamar de “opção nuclear” no campo das sanções financeiras.
Os
EUA, por sua vez, criaram uma força-tarefa e implantaram a Operação
CleptoCaptura, cujo objetivo é apreender os bens de alguns dos homens mais
ricos da Rússia. “Não deixaremos pedra sobre pedra em nossos esforços para
investigar, prender e processar aqueles cujos atos criminosos permitem que o
governo russo continue esta guerra injusta”, disse o Procurador-Geral Merrick
B. Garland.
Outros
setores também passaram a rejeitar
a Rússia e os representantes russos. A seleção russa de futebol foi
impedida de brigar por vaga na Copa do Mundo da modalidade, e o Grande Prêmio
de Fórmula 1 que ocorreria no país foi cancelado. A delegação russa também foi
vetada no festival de Cinema de Cannes, e não haverá competidores russos no
concurso de música Eurovision.
Para
Kasparov, porém, tudo isso é insuficiente. Segundo ele, a paz só será
restabelecida quando o presidente Vladimir Putin deixar o poder. De acordo com
o enxadrista, todo tipo de abuso é possível, partindo do líder russo. “A lista
do que Putin ‘nunca faria’ cresceu muito”, disse ele. “Ele cometeu crimes de
guerra além da imaginação”.
Por
isso, o ex-campeão afirma que o Ocidente precisa agir de forma mais dura. Em
particular o presidente dos EUA Joe Biden. “Espero que os americanos revisem
sua estratégia e mostrem força”, afirmou.
Por
que isso importa?
A
escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão
russa ao país vizinho no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em
2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até
hoje.
O
conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças
separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que
formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios
independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como
argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação
militar especial”.
“Tomei
a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de
Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro, de acordo com o site
independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira
explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em
Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.
Desde
o início da ofensiva, as forças da Rússia caminham para tentar dominar Kiev,
que tem sido alvo de constantes bombardeios. O governo da Ucrânia e as nações
ocidentais acusam Moscou de atacar inclusive alvos
civis, como hospitais e escolas, o que pode ser caracterizado como crime de
guerra ou contra a humanidade.
Fora
do campo de batalha, o cenário é desfavorável à Rússia, que tem sido alvo de
todo tipo de sanções. Além das esperadas punições financeiras impostas pelas
principais potencias globais, que já começaram a sufocar a economia russa, o
país tem se tornado um pária global. Representantes russos têm sido proibidos
de participar de grandes eventos em setores como esporte, cinema
e música.
De
acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, as punições tendem a aumentar o
isolamento da Rússia no mundo. “Ele não tem ideia do que está por vir”, disse o
líder norte-americano, referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin. “Putin
está agora mais isolado do mundo do que jamais esteve”.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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