A
Duma, câmara baixa da Assembleia Legislativa Federal da Rússia, aprovou nesta quinta-feira
(3) um projeto de lei que criminaliza a distribuição de “notícias falsas” sobre
operações militares russas. Trata-se de mais uma ferramenta
de censura do Kremlin para reprimir a oposição e silenciar os meios de
comunicação não alinhados com o governo. As informações são da rede Radio Free Europe.
Oficialmente,
o objetivo da futura normativa legal é “impedir o descrédito das forças armadas
da Federação Russa durante suas operações para proteger os interesses da
Federação Russa e seus cidadãos, mantendo a paz e a segurança internacionais”.
A
punição àqueles que desrespeitarem a lei é de até dez anos de prisão. Em casos
que a Justiça considere terem gerado “consequências sérias”, a punição sobe
para até 15 anos. O Legislativo voltará a debater o projeto na sexta-feira (4),
com a expectativa de que seja aprovado e, então, inserido no Código Penal.
Censura
de guerra
Desde
o início da guerra na Ucrânia,
o Roskomnadzor, órgão estatal regulador da mídia na Rússia, tem acusado
inúmeros veículos de imprensa locais de publicarem “informações falsas” sobre a
guerra.
O
governo contesta quaisquer relatos de bombardeios russos a cidades ucranianas e
baixas civis, bem como textos que usam expressões como “ataque”, “invasão” ou
“declaração de guerra”. Moscou exige que se fale em “operação especial nas
Repúblicas Populares de Lugansk e Donetsk” e determina que sejam publicadas
apenas informações distribuídas por fontes do governo.
Nesse
cenário, autoridades ameaçaram multar ou bloquear dez meios de comunicação
independentes se não apagassem publicações sobre o conflito, de acordo com a
ONG Human Rights Watch (HRW). Moscou ainda interferiu no
acesso ao Facebook e ao Twitter e bloqueou outros sites de
mídia cujas publicações não seguiam as diretrizes da propaganda do Kremlin.
Durante
a guerra, o principal objetivo de Moscou ao controlar a mídia é transmitir uma
imagem favorável ao governo. Por exemplo, até 27 de fevereiro, o Ministério da
Defesa da Rússia afirmava não haver baixas militares russas e que a ofensiva
não havia causado baixas
civis entre os ucranianos,
embora mais tarde tenha admitido a morte de soldados russos. Na quarta (2),
falou em 498 soldados
russos mortos, contra 2.870 ucranianos.
Por
que isso importa?
A
escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão
russa ao país vizinho no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em
2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até
hoje.
O
conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças
separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que
formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios
independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como
argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação
militar especial”.
“Tomei
a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de
Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro, de acordo com o site
independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira
explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em
Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.
Desde
o início da ofensiva, as forças da Rússia caminham para tentar dominar Kiev,
que tem sido alvo de constantes bombardeios. O governo da Ucrânia e as nações
ocidentais acusam Moscou de atacar inclusive alvos
civis, como hospitais e escolas, o que pode ser caracterizado como crime de
guerra ou contra a humanidade.
Fora
do campo de batalha, o cenário é desfavorável à Rússia, que tem sido alvo de
todo tipo de sanções. Além das esperadas punições financeiras impostas pelas
principais potencias globais, que já começaram a sufocar a economia russa, o
país tem se tornado um pária global. Representantes russos têm sido proibidos
de participar de grandes eventos em setores como esporte, cinema
e música.
De
acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, as punições tendem a aumentar o
isolamento da Rússia no mundo. “Ele não tem ideia do que está por vir”, disse o
líder norte-americano, referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin. “Putin
está agora mais isolado do mundo do que jamais esteve”.
Com informações do site independentemente de notícias interacionai A Referência.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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