A
invasão da Ucrânia pela Rússia colocou em
alerta Taiwan, que luta
para ter reconhecida sua independência enquanto é reivindicada pela China como
parte de seu território. Em meio aos temores de que Beijing venha a emular os
russos e invadir a ilha, o presidente norte-americano Joe Biden anunciou nesta
segunda-feira (28) o envio a Taipé de uma delegação composta por oficiais do
setor de defesa. As informações são do jornal Taiwan
News.
A
comitiva é liderada pelo ex-presidente do Estado-Maior Conjunto Mike Mullen,
almirante aposentado da marinha que serviu como principal oficial militar
dos EUA sob os
ex-presidentes George W. Bush e Barack Obama. Ele terá as companhias de Meghan
O’Sullivan, ex-vice-conselheira de segurança nacional de Bush, e Michele
Flournoy, ex-subsecretária de Defesa de Obama.
A
visita ocorre dias depois de Washington enviar um navio de guerra que no sábado
(26) passou pelo Estreito de Taiwan, manobra que Beijing classificou como
“provocativa”, segundo a agência Reuters.
“O
trânsito do navio pelo Estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos Estados
Unidos com um Indo-Pacífico livre e aberto”, disse o porta-voz da 7ª Frota,
Nicholas Lingo, em comunicado. “Os militares dos Estados Unidos voam, navegam e
operam em qualquer lugar que a lei internacional permita”.
A
comitiva norte-americana, que permanecerá em Taiwan por um dia, terá um
encontro com a presidente da ilha, Tsai Ing-wen, e com o ministro da Defesa
taiwanês, Chiu Kuo-cheng.
A
invasão da Ucrânia pela Rússia aqueceu o debate em torno da posição dos EUA em
relação a Taiwan, com críticas à “ambiguidade
estratégica” de Washington, que é o mais importante aliado da ilha, embora
oficialmente a reconheça como território chinês.
Alguns
legisladores norte-americanos, entre eles o presidente do Comitê de
Inteligência da Câmara, o democrata Adam Schiff, cobram maior clareza do governo
quanto à obrigação de defender militarmente a ilha em caso de um eventual
ataque de Beijing.
A
China, que tem se aproximado da Rússia, não condenou o ataque à Ucrânia, embora
tenha em Kiev um importante parceiro comercial através da Nova Rota da Seda (Belt
and Road Initiative, da sigla em inglês BRI).
Por
que isso importa?
Taiwan
é uma questão
territorial sensível para os chineses. Relações exteriores que tratem
o território como uma nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em
desacordo com o princípio defendido de “Uma Só China“, que também encara Hong
Kong como parte do território chinês.
Diante
da aproximação do governo taiwanês com os Estados Unidos, desde 2020 a
China tem endurecido
a retórica contra as reivindicações de independência da ilha.
Embora
não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como quase todos os
demais países, Washington é o maior financiador internacional e principal
fornecedor de armas da ilha, o que causa imenso desgosto a Beijing, que tem
adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação.
Jatos
militares chineses passaram a realizar
exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan e habitualmente
invadem o espaço aéreo taiwanês, deixando claro que a China não aceitará a
independência do território “sem
uma guerra“.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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