O
presidente Jair Bolsonaro subiu o tom das críticas a ministros do Supremo
Tribunal Federal (STF). A uma plateia de investidores e empresários, nesta
quarta-feira, 23, Bolsonaro atacou ações tomadas pelos ministros Alexandre de
Moraes, como a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), e Luís Roberto
Barroso, que se posicionou contra as críticas bolsonaristas às urnas
eletrônicas. Exaltado, ao participar da CEO Conference 2022, organizada pelo
banco BTG Pactual, Bolsonaro expôs com todas as letras o confronto com o STF.
"Nós
precisamos de paz para ter liberdade. Não vai ser o chefe do Executivo que vai
jogar fora das quatro linhas (da Constituição), mas, por favor, não vocês, mas
dois ou três no Brasil, não estiquem essa corda", disse o presidente.
Acompanhado dos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Paulo Guedes (Economia),
Bolsonaro continuou atacando os magistrados. "Vocês vão ter que vir para
dentro das quatro linhas. Afinal de contas, todos temos limites. O Ciro tem, o
Paulo Guedes tem, eu tenho limites. Alguns poucos, dois ou três acham que não
têm limites", afirmou ele, que também se referiu indiretamente ao
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin.
Com
a voz elevada, Bolsonaro afirmou, ainda, que a população não deveria
simplesmente aceitar o "quem vencer, venceu" e instou os executivos a
agir para evitar a volta do PT ao poder.
O
presidente comentou o caso de Daniel Silveira, que chegou a ser preso no ano
passado por ameaçar o Supremo e hoje responde ao processo monitorado por
tornozeleira eletrônica. Bolsonaro afirmou que o aliado pode ter errado, mas
criticou a punição que ele recebeu.
"Ficam
brincando o tempo de nos controlar, de desrespeitar a nossa Constituição, de
ferir a nossa liberdade de expressão, de prender deputado. Por mais errado que
ele tenha sido em suas palavras, manter esse cidadão brasileiro, que pode ter
errado em suas palavras, com tornozeleira eletrônica...", criticou.
Bolsonaro
também pôs em dúvida, mais uma vez, a legitimidade do sistema eletrônico de
votação. No ano passado, ele tentou, sem sucesso, aprovar o voto impresso, mas
foi derrotado no Congresso. O presidente também citou a decisão do Supremo de
restringir o acesso financeiro a páginas na internet disseminadoras de notícias
falsas.
"(Querem)
botar freio na nossa liberdade de discutir eleições pelas mídias sociais. Onde
vamos chegar se temos um sistema eleitoral que você pode não comprovar que é
fraudável, mas você não tem como comprovar também que não pode ser
fraudável?", perguntou.
"Revogaço"
de Lula
Bolsonaro
também aproveitou para comentar o comportamento de um eventual novo governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Direcionando os questionamentos
para os empresários que acompanharam a palestra, o presidente elencou uma série
de medidas que, segundo ele, serão tomadas caso o petista volte ao governo.
Na
CEO Conference 2022, Bolsonaro afirmou que as reformas feitas por ele e pelo
ex-presidente Michel Temer (MDB) serão revogadas se Lula ganhar a eleição.
"O que os senhores acham de nós revogarmos a autonomia do Banco Central,
de revogarmos a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, retornar o
imposto sindical, reestatizar as empresas que foram desestatizadas, acabar com
o teto de gastos, o governo começar a interferir nos preços da Petrobras e da
energia?", questionou.
Em
um aceno à ala do governo que é mais ideológica, as críticas de Bolsonaro não
se limitaram ao campo da economia, mas também abarcaram pautas de costumes e da
segurança pública. O presidente disse que, se voltar ao poder, Lula fortalecerá
o Movimento dos Sem Terra (MST), promoverá um desarmamento, desmilitalizará a
Polícia Militar, acabará com os colégios militares e legalizará o aborto.
Lula
foi convidado pelo BTG Pactual para participar do mesmo evento, mas recusou o
convite, sob o argumento de que ainda não lançou oficialmente sua candidatura.
Outros presidenciáveis, como João Doria (PSDB), Sérgio Moro (Podemos) e Ciro
Gomes (PDT) também fizeram palestra na CEO Conference 2022.
Durante
o discurso, Bolsonaro fez questão de exaltar o avanço da negociação do Brasil
para entrar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
grupo que reúne países desenvolvidos, e a aprovação da autonomia do Banco
Central.
Perguntado
por empresários sobre a possibilidade de as reformas econômicas avançarem neste
ano, o presidente não escondeu as dificuldades e disse que anos eleitorais
costumam atrapalhar essas agendas. Temas como as reformas administrativa,
tributária, e a privatização dos Correios estão travados no Congresso.
Com informações do Notícias ao minuto.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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