Mary Hellen Coelho da Silva, 22, presa após ser
flagrada com outros dois brasileiros com malas transportando 15,5 kg de cocaína
no aeroporto de Bangkok, na Tailândia, não corre o risco de enfrentar o
corredor da morte no país, segundo avalia o novo advogado contratado pela
família, o criminalista Telêmaco Marrace, que assumiu o caso na terça (22). A
jovem de Pouso Alegre (MG) está detida no país desde o último dia 14, e a
família luta para que ela cumpra pena no Brasil.
O
defensor diz que o principal medo dos familiares e amigos de Mary Hellen é de
que ela seja condenada à pena de morte, mas que esse não seria o caso. "Na
Tailândia, não se aplica esse tipo de punição no tipo de droga que ela estava
levando, que possivelmente era cocaína. A última legislação do país diz
claramente que apenas o tráfico de heroína gera essa condenação", diz.
A
jovem saiu do Brasil pelo aeroporto de Curitiba (PR). Como ela não tem
passagens pela polícia por nenhum crime, o advogado afirma que tudo leva a crer
de que ela teria sido usada como "mula", ou seja, não tinha
conhecimento do que carregava nas bagagens.
"Eu
creio que essa menina foi fisgada. É o termo chamado "angel
fisherman", ou seja, o anjo pescador. É muito comum emissores de
traficantes atuarem em baladas e redes sociais aliciando mulheres em situação
de vulnerabilidade financeira ou emocional. Eles se pintam de príncipes
encantados prometem mundos e fundos e levam essas moças para as armadilhas. São
eles que preparam as malas. Acredito que foi isso que aconteceu com a Mary
Helen", avalia Marrace.
O
advogado, que já atuou em casos de tráfico internacional como o de Morgana
Santos, moradora de Canelinha, presa na Itália em 2016, diz ter expectativa de
abrandar a pena imposta a Mary Hellen e fala do caso da jovem isoladamente, de
forma independente dos outros dois brasileiros detidos na ocasião.
"Era
uma quantidade de drogas pequena [com ela], apenas nove quilos e meio. Não é
alta para os padrões de lá. Acredito que ela deva cumprir uma pena
intermediária, ficando alguns anos presa, apenas cinco", explica.
A
estudante de enfermagem, irmã de Mary Hellen, Mariana Coelho, disse à
reportagem que a conversa com o novo advogado trouxe esperança e um pouco de
alívio para a família.
"Só
de saber que ela não vai ser condenada a morte trouxe paz para o nosso coração.
Não consegui falar com ela desde domingo (20) e espero que esteja bem. Nossa
vida virou de ponta-cabeça mas não vamos desistir", afirma Mariana.
O
CASO
Mary
Hellen Coelho pediu demissão do emprego uma semana antes de viajar e o destino,
a Tailândia, foi mantido em sigilo da família. A jovem nunca tinha saído do
país e se preparava para tentar abrir uma loja de doces com a irmã, depois de
ter retomado os estudos, no 1º ano do ensino médio.
Ela
foi detida ao desembarcar no aeroporto de Bangkok, em 14 de fevereiro. Mary
Hellen chegou em um voo com um homem de 27 anos. Funcionários do aeroporto da
Tailândia desconfiaram de itens mostrados no raio x e as três malas levadas
pela jovem de Pouso Alegre e o amigo foram revistadas. Em um compartimento
oculto da mala dela, foram encontrados ao menos 9 kg de cocaína. Horas depois,
um terceiro rapaz, de 24 anos, chegou em outro voo e foi preso com mais 6,5
quilos de cocaína em duas malas.
O
Itamaraty acompanha o caso. Não há previsão ainda de quando o caso deverá ser
julgado.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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