O
presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu às críticas feitas pelo
novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os ataques ao
sistema eletrônico de votação e indicou que não vai abrir mão de lançar
suspeitas infundadas sobre o processo eleitoral durante a campanha à reeleição.
As informações são de Vinicius Valfré/Estadão.
"Não
é que não vamos resistir. É que não vamos perder essa guerra. A alma da
democracia está no voto. Seu João e dona Maria têm o direito de saber que seu
voto foi contado", disse o presidente, durante cerimônia de lançamento da
carteira nacional de identidade, no Palácio do Planalto.
Sem
citar diretamente os integrantes da Corte eleitoral, Bolsonaro observou que um
pequeno grupo de autoridades tem procurado se sobrepor aos demais órgãos e
instituições para tentar prejudicá-lo.
"Geralmente,
quem busca tolher a liberdade e impor um regime de força é o chefe do
Executivo. Aqui é exatamente o contrário. Aqui é o chefe do Executivo que
resiste a agências de checagem, a arbitrariedades estapafúrdias. Duas ou três
pessoas passam a valer mais do que todos nós juntos, que a Câmara, que outros
órgãos do Judiciário. Vamos ceder para dois ou três?", questionou.
Embora
não tenha mencionado nomes, Bolsonaro se referia ao presidente do TSE, Edson
Fachin, e aos ministros Alexandre
de Moraes e Luís Roberto Barroso, com quem vive uma relação marcada por
embates.
"Se
preciso, daremos nossa vida pela liberdade", afirmou o presidente, durante
cerimônia de lançamento da carteira de identidade nacional. Na sua avaliação, a
vida "de nada vale, se não tivermos liberdade de ir e vir, de opinar, de
falar, de questionar, de duvidar, de criticar”.
Os
inquéritos que tramitam no TSE e no Supremo Tribunal Federal (STF) não se baseiam em
opiniões sobre urnas eletrônicas ou sistemas de votação. Dizem respeito a uma
estratégia coordenada de divulgação de informações falsas sobre a segurança das
votações para abalar a credibilidade da Justiça
Eleitoral e ameaçar a democracia.
Integrantes
do TSE têm manifestado preocupações com ataques cibernéticos à Justiça
Eleitoral, provenientes principalmente da Rússia. Ao tomar posse como
presidente do TSE, no último dia 22, Fachin afirmou que será “implacável”
contra a desinformação e o autoritarismo.
As
manifestações dos ministros também levaram o ministro-chefe da Secretaria-Geral
da Presidência, general Luiz Eduardo Ramos, a sair em defesa de Bolsonaro e a
atacar o TSE. Ramos cobrou "responsabilidade" das autoridades e
sugeriu que o atual cenário permite colocar em xeque a isenção do tribunal.
"Quando
autoridades investidas de um poder desse começam a se expressar com esse tipo
de pronunciamento, me dão o direito de levantar dúvidas com relação à isenção e
à imparcialidade em futuros processos. São críticas muito duras e
parciais", destacou Ramos. O ministro fez parte da comitiva que acompanhou
Bolsonaro em sua recente viagem à Rússia.
"Uma
alta autoridade afirmou de maneira leviana, e por que não dizer de certa forma
irresponsável – talvez sem ter consciência do que estava dizendo –, que nós
estávamos na Rússia para levantar processos, alguma artimanha, para os russos
nos ensinarem. Para, no retorno, nós usarmos no Brasil. Isso é
inaceitável" afirmou o general.
Ramos
se referia a Fachin, que, em entrevista ao Estadão, disse que a Justiça
Eleitoral “já pode estar sob ataque de hackers”. Na ocasião, o magistrado citou
a Rússia – país visitado por Bolsonaro – como origem da maior parte dessa
ofensiva.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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