A
formação de coágulos que impedem o fluxo sanguíneo de nosso corpo fluir
normalmente pelo sistema circulatório é uma condição conhecida como trombose. A
estimativa é que a doença resulte na morte de 1 entre 4 pessoas no
mundo e apresente 180 mil novos casos anualmente no Brasil, segundo dados
da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia.
"A
trombose geralmente se manifesta como um quadro de dor na perna, principalmente
na panturrilha, associado a inchaço persistente, calor, sensibilidade e
vermelhidão. Em casos mais raros, pode causar embolia pulmonar e levar à morte
súbita", explica a cirurgiã vascular Aline Lamaita.
4
fatores que podem causar trombose
Por
se tratar de uma enfermidade tão séria e recorrente, é fundamental entender
fatores que podem estar associados ao seu surgimento:
1.
O hábito de assistir televisão em excesso
Dizer
que o sedentarismo causa trombose deixou de ser uma crença popular e foi
comprovado por um estudo de 2018, publicado no Journal of Thrombosis and
Thrombolysis. Segundo ele, o hábito de assistir muita televisão
diariamente foi associado ao surgimento de coágulos sanguíneos, devido ao
longo período sentado que diminui o fluxo de sangue para as pernas e os
pés.
Vale
ressaltar ainda que, mesmo aqueles que praticam exercícios regularmente, estão
sujeitos a essa alteração sanguínea, se permanecerem tempo demais sentados,
conforme mostrou o estudo. "O mais correto seria, em vez de ‘maratonar’
diariamente séries e filmes sem pausa, intercalar com alguma atividade que
movimente os membros inferiores", aconselha a médica.
2.
Trabalhar sentado
O
cenário é similar ao apontado pelo estudo anteriormente. Se nas rotinas de
escritório já era comum passar a maior parte do expediente na cadeira, a
situação fica ainda mais crítica durante o home office, onde mantemos tudo ao
alcance das mãos. Com essa brusca mudança na mobilizada, fomos reduzidos a
poucos metros quadrados, o que favorece o sedentarismo.
No
entanto, existem algumas formas de driblar o momento: "a cada hora de
trabalho, levante, ande por 5 minutos, movimente as pernas, se espreguice;
invista em uma meia elástica de compressão (com orientação médica); e beba
água, deixando-a um pouco distante, o suficiente para te fazer levantar da cadeira
para pegar", aconselha Aline.
3.
Gestação
Estar
grávida não é como um hábito sedentário que podemos mudar, por isso, os
cuidados nessa fase precisam ser redobrados. De acordo com a cirurgiã vascular,
o risco para trombose não fica aumentado apenas na gestação, mas também no pós
parto.
Segundo
dados de uma revisão da University of Texas Health Medical School at Houston
publicada em 2019, o risco de acidente tromboembólico durante as 6 semanas
pós-parto é 22 vezes mais elevado do que quando já se passou um ano do
nascimento da criança.
Além
disso, os fatores ficam ainda mais complexos quando o nascimento é viabilizado
pela cesárea, dado que o pós-operatório de uma cirurgia também é considerado um
momento de vulnerabilidade e passível de complicações.
4.
Usar anticoncepcional
Infelizmente, nem
sempre o uso de pílulas anticoncepcionais é uma escolha. Existem casos em que o
método é usado para tratar doenças ou aliviar seus sintomas, como na síndrome
dos ovários policísticos e endometriose, por exemplo.
A
ginecologista Eloisa Pinho alerta para essa questão: "a quantidade de
hormônios presentes nas pílulas anticoncepcionais é capaz de alterar a
circulação, aumentando o risco de formação de coágulos nas veias profundas. Por
isso, o uso desse método não é recomendado por mulheres que já possuem
predisposição ao problema".
Segundo
ela, as pílulas com altas dosagens de estrogênio apresentam chances
ainda maiores de provocar hipertensão arterial, especialmente em mulheres que
já sofram com o problema, sejam fumantes e tenham mais de 35 anos.
Considerando
os riscos, a orientação da especialista é que cada caso seja visto de maneira
individual. Caberá ao ginecologista encontrar um método mais indicado para que
essas chances sejam diminuídas, podendo ser hormonal ou de barreira.
Os
exercícios físicos podem ser aliados nesse combate
Se
um dos maiores fatores para o aparecimento da trombose é a imobilização, então
movimente-se! A prática de atividades é uma arma poderosa para prevenir a
doença, visto que aumenta a velocidade do fluxo sanguíneo dentro dos vasos e
melhora a circulação sanguínea.
"Qualquer
exercício que trabalhe a panturrilha, a batata da perna, vai ajuda. Para quem
não tem o hábito de realizar atividade física, o ideal é começar com pouco
tempo, 15 a 20 minutos diários e ir aumentando", assegura Aline.
Ela
ressalta ainda que vale tudo nessa rotina de mexer o corpo: agachamentos, subir
as escadas do prédio, caminhada na rua, entre outros. Só não pode ficar
parado!
Em
caso de aparecimento de sintomas, busque um médico especialista para receber o
diagnóstico e tratamento corretos. Jamais se automedique.
Com informações de Aline Lamaita, cirurgiã vascular e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) e Eloisa Pinho, ginecologista e obstetra e parte do corpo clínico da clínica GRU Saúde.
Para ler mais acesse, www:
professortacianomedrado.com
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