Da Redação
Matéria publicada pelo portal de notícias R7 dia 28 de Fevereiro de 2021. 01h58 (atualizado em 28/02/2021 - 02h59)
Objetivo
da missão é monitorar desmatamento no Norte do país e a agricultura em
todo o território nacional. O
primeiro satélite 100% brasileiro, o Amazônia-1, foi lançado com sucesso ao
espaço na madrugada deste domingo (28), transportado à órbita terrestre pelo
foguete indiano PSLV-51. O satélite partiu do Centro Espacial Satish Dhawan, em
Sriharioka Andhra Pradresh, na Índia, às 1h54 (horário de Brasília).
Atualmente,
outros dois satélites brasileiros de sensoriamento remoto já estão em operação
no espaço: o CBERS-4 e o CBERS-04A, lançados em 2014 e 2019, respectivamente.
Diferentemente do Amazônia -1, no entanto, ambos os equipamentos de exploração
espacial foram desenvolvidos em parceria com a China, em uma proporção de 50%
para cada país.
"O
Amazônia-1 é o primeiro satélite exclusivamente brasileiro, tendo sido
integralmente concebido, projetado, desenvolvido, integrado, testado, e em
breve, operado pelo Brasil", afirma a diretora substituta do Inpe
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Mônica Rocha.
"A
importância do feito passa por duas principais questões: a capacidade do Brasil
de realizar uma importante tarefa de forma totalmente autônoma e de ter o
domínio do ciclo completo de produção de um satélite desse porte — 640 quilos e
2,5m de altura —, o que coloca o país em um grupo de menos de 20 países com
essa competência", completa.
Isso
inclui integrar, testar e acompanhar o lançamento, realizar as manobras
iniciais para o posicionamento do Amazônia-1 na órbita correta, verificar o
funcionamento adequado de todos os equipamentos e subsistemas, realizar a
operação durante a vida do útil do satélite — que é de pelo menos quatro anos —
e, por fim, promover sua retirada de órbita, ao término da missão.
A
importante tarefa do novo satélite é monitorar desmatamento na região amazônica
e o desenvolvimento da agricultura em todo o território nacional. Para isso, o
equipamento de exploração espacial será colocado em uma órbita sol-sincrona —
isto é, que permite passagens sucessivas sobre o mesmo ponto da Terra à mesma
hora solar — a uma altura de 760km e cruzará a Linha do Equador no sentido
Norte-Sul às 10h30 do horário local, viajando a uma velocidade de quase 27 mil
quilômetros por hora.
A
essa velocidade, o satélite levará apenas cem minutos para dar uma volta na
Terra, permitindo com que ele obtenha imagens de qualquer ponto do planeta a
cada cinco dias. Conjuntamente, o CBERS-4 e CBERS-04A irão promover imagens
recorrentes do território brasileiro a cada dois ou três dias.
"Os
dados estarão disponíveis gratuitamente para a comunidade científica, órgãos
governamentais, empresas e quaisquer usuários interessados em uma melhor
compreensão do ambiente terrestre", diz a diretora substituta do Inpe.
Mônica
ressalta que, em razão da política brasileira de livre distribuição de imagens
de satélites, que tem sido praticada desde o início dos anos 2000, o Brasil é
hoje um dos maiores distribuidores de imagens de satélites gratuitas do mundo.
O
ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, acompanhou desde o Centro
Espacial de Satish Dhawan, na Índia. O primeiro astronauta brasileiro festejou
o sucesso do lançamento. "Este é o resultado do esforço de muitas pessoas,
que por muitos anos trabalharam no desenvolvendo do satélite Amazônia-1",
afirmou.
"O
lançamento de hoje representa para o Brasil o início de uma nova era para a
indústria de produção de satélites e para o desenvolvimento aeroespacial",
completou o ministro Marcos Pontes.
Para ler mais acesse, www:
professortacianomedrado.com
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