SEM FESTA: Capitais de 17 Estados cancelam Carnaval de rua

Da redação

Com o avanço da variante Ômicron e o aumento de casos de covid-19, 17 capitais do Brasil e o Distrito Federal cancelaram o Carnaval de rua em 2022. As festividades públicas também foram suspensas em Olinda (PE), Ouro Preto (MG), Juiz de Fora (MG) e São Luiz do Paraitinga (SP), municípios famosos por suas festas no período. Oito prefeituras afirmaram que estão analisando a possibilidade.

Levantamento do Poder360 também apurou se as prefeituras permitirão festas particulares. Entre as capitais, só Cuiabá e o Distrito Federal vão proibir os eventos. Nove disseram que irão autorizar, sendo que 6 estabeleceram como requisito a apresentação de comprovante de vacina contra a covid.

Nas outras cidades que realizam festas tradicionais de Carnaval, Ouro Preto proibiu eventos privados. Juiz de Fora e Porto Seguro vão permitir mediante apresentação de comprovante de vacina. A Prefeitura de Olinda disse que vai seguir determinação do Estado. Em nota, o governo de Pernambuco declarou que “só vai se posicionar sobre a realização ou não do carnaval na 2ª quinzena do mês de janeiro”.

Os governos municipais de Curitiba, Florianópolis, Maceió, Manaus e São Luiz do Paraitinga não deram detalhes sobre as festas privadas. Natal, Porto Alegre, Teresina, Diamantina e Paraty não responderam ao contato do Poder360 até a publicação desta reportagem.


Rio de Janeiro e São Paulo anunciaram que vão manter os desfiles das escolas de samba. Em Curitiba, a prefeitura anunciou que o Carnaval 2022 será realizado em formato virtual.

ômicron, sequenciada pela 1ª vez na África do Sul, é a principal causa da reavaliação dos governos municipais e da não realização das tradicionais festas de Carnaval. Na 5ª feira (6.jan.2022), o Brasil registrou a 1ª morte pela variante na cidade de Aparecida de Goiânia (GO).

A cepa ja é responsável por cerca de 58,33% dos casos de covid no Brasil. Os dados são do projeto Our World in Data, mantido por pesquisadores da Universidade de Oxford, e foram publicados em 6 de janeiro.

Os números correspondem a todas as sequências analisadas até duas semanas antes de 27 de dezembro. O número de casos da ômicron no Brasil pode ser ainda maior.

O que dizem os municípios e o DF sobre o Carnaval 2022: 

Centro-Oeste

Campo Grande – a administração municipal disse que “a realização do Carnaval está suspensa. Agremiações e clubes que foram realizar festividades particulares deverão respeitar todas as medidas de biossegurança vigentes nos decretos municipais”

Cuiabá – O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) anunciou no inicío de dezembro de 2021 que o Carnaval no município estava cancelado. “Em decorrência da variante ômicron da covid-19 em várias partes do mundo, é com prudência e muita responsabilidade que estamos cancelando a realização de eventos públicos alusivos ao Réveillon e ao Carnaval 2022″, disse em seu perfil no Twitter.

Distrito Federal – O governador, Ibaneis Rocha (MDB), declarou na 5ª feira (6.jan) que o Carnaval de rua e eventos privados estavam proibidos. A fiscalização para que eventos privados não sejam realizados será competência do DF Legal (Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal). Eis a reportagem.

Goiânia – a prefeitura disse que “não organiza eventos de Carnaval, apenas autoriza as festividades particulares”. Sobre os eventos privados, declarou que “em decorrência da pandemia de covid-19 a SMS (Secretaria Municipal de Saúde) estuda possíveis restrições em relação à realização das festas. Ainda não há definições”.

Nordeste

Aracaju – Em nota, a prefeitura disse que “ainda não decidiu pela realização de eventos de grande porte na capital sergipana em 2022, a exemplo dos festejos carnavalescos”.

Fortaleza – o prefeito José Sarto (PDT) disse em suas redes sociais que “além de reduzir a capacidade de eventos festivos e sociais para 500 pessoas em ambientes abertos e 250 em espaços fechados, ficam suspensos os eventos de Pré-Carnaval e Carnaval em locais públicos”.

João Pessoa – a administração municipal declarou que ainda não tem um posicionamento oficial sobre o Carnaval. “Ele continua sendo planejado, mas vai depender da situação epidemiológica do município”, afirmou em nota.

Maceió – Ao Poder360, a prefeitura disse que o cancelamento do Carnaval é necessário “e leva em consideração a pandemia de covid-19 e aumento de casos de síndromes gripais em todo o país”.

Natal – não respondeu ao contato do jornal digital.

Olinda – O cancelamento das festividades foi anunciado pelo prefeito, Professor Lupércio, em coletiva de imprensa. “Sobre as festas particulares, a prefeitura vai seguir a determinação do Governo do Estado. No momento não há definição sobre a questão, que deve ser discutida em breve”, disse a administração municipal.

Porto Seguro – Ao Poder360, a prefeitura disse que as festas públicas de Carnaval estavam canceladas devido ao aumento de casos de covid. Eventos particulares serão permitidos na cidade desde que cumpram os protocolos sanitários contra covid-19.

Recife – “Defender a vida é compromisso. O Recife segue enfrentando a pandemia da covid-19, junto com o surto mais recente de gripe, com responsabilidade e trabalho. Diante deste cenário, o Carnaval deste ano precisa ser suspenso”, disse o prefeito João Campos (PSB). Em relação aos eventos particulares, a prefeitura declarou que segue os protocolos definidos pelo o Estado. O governo de Pernambuco disse ao Poder360 que “só vai se posicionar sobre a realização ou não do carnaval na 2ª quinzena do mês de janeiro”.

Salvador – “A prefeitura de Salvador informa que, diante do cenário atual de insegurança sanitária provocado pela covid-19 e pela H3N2, torna-se inviável a realização do Carnaval, como festa de rua, na capital baiana em 2022. Neste momento, a cidade permite apenas a realização de eventos em ambientes fechados, seguindo os protocolos sanitários do setor e com limite de público de 5 mil pessoas, determinado por decreto estadual”, afirmou.

São Luís – Em nota, a administração municipal disse que “não realizará Carnaval em 2022, em decorrência do aumento de casos da Covid-19 e de outras síndromes gripais na cidade. Festas de rua e privadas, até o momento, seguem decreto do Governo do Estado que estabelece as regras sanitárias e públicos permitidos. O Município monitora os números e casos da doença, e discute junto aos órgãos de saúde novas medidas a serem adotadas”.

Teresina – não respondeu ao contato do jornal digital.

Norte

Belém –  O prefeito Edmilson Rodrigues (Psol) anunciou o cancelamento das festividades no fim de novembro de 2021. “A partir do quadro de incertezas, com o surgimento de uma nova variante, ouvindo os técnicos da Saúde, e dentro da responsabilidade que sempre pautou nossas ações em relação ao enfrentamento a covid-19, estamos suspendendo a realização do carnaval e da festa de ano novo em Belém”, disse.

Boa Vista – em nota, a prefeitura afirmou que a decisão sobre a realização do Carnaval está em análise. “Será embasada sempre de acordo com as orientações do comitê gestor municipal, que orienta e define as diretrizes e protocolos quanto à covid-19”.

Manaus – Em seu perfil no Facebook, o prefeito David Almeida disse que divide preocupações com a Secretaria de Saúde do município acerca do cenário da pandemia. “Precisamos compreender que o carnaval de rua não tem controle espacial numa cidade com mais de 2 milhões de habitantes e não há como limitar numericamente grupos e adeptos de uma festa popular”, declarou.

Macapá – Ao Poder360, a prefeitura confirmou o cancelamento do Carnaval de rua e disse que a realização de eventos particulares ainda está sendo analisada.

Palmas – “A Prefeitura de Palmas informa que a gestão continua monitorando os indicadores epidemiológicos e o avanço da vacinação e considera que, nas condições atuais, é precoce tomar qualquer decisão a respeito desse tema, uma vez que por se tratar de uma festa de rua, é impraticável manter as medidas de distanciamento social”, disse.

Porto Velho – em resposta ao Poder360, a prefeitura disse a realização do Carnaval de rua e de festas particulares “ainda está em definição”.

Rio Branco – “A Prefeitura de Rio Branco irá se reunir com o Comitê de Acompanhamento a covid-19 para, após parecer do comitê, tomar uma decisão quanto a realização ou não do evento. Por hora, não há decisão tomada”, declarou.

Sudeste

Belo Horizonte – a gestão municipal disse que a decisão de cancelar o Carnaval segue “as orientações da Nota Técnica do Comitê de Enfrentamento à covid-19, divulgada em novembro de 2021, que desaconselha que a administração incentive e que a população participe de eventos que possam implicar em grandes aglomerações públicas de pessoas”. Sobre festas particulares, afirmou que “atualmente, estão autorizadas a realização de eventos, desde que obedecidos os protocolos sanitários”.

Diamantina – não respondeu ao contato do jornal digital.

Juíz de Fora – Em resposta ao Poder360, a prefeitura disse as festas de rua não estão autorizadas, mas os eventos particulares são permitidos “desde que cumpram os critérios estabelecidos pelo programa municipal JF Viva“.

Ouro Preto – “Não haverá carnaval em Ouro Preto, público ou privado. O decreto proibindo a festividade foi publicado no dia 13 de dezembro de 2021”, disse a prefeitura em nota.

Paraty – não respondeu ao contato do jornal digital.

Rio de Janeiro – O prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes (PSD) disse na 3ª feira (4.jan.2022) que cancelou o carnaval de rua deste ano na cidade, por causa da covid-19. Ele afirmou também que outras alternativas ainda estão sendo avaliadas pela Prefeitura para viabilizar o carnaval de rua, em outro formato.

São Luiz do Paraitinga – A prefeitura disse que “avaliando os dados referentes à crise sanitária que atravessamos, verificou-se que o atual momento ainda requer atenção, cautela e responsabilidade de nossa parte, pois ainda não oferece a devida segurança, não sendo propício para um evento de tamanha magnitude”.

São Paulo – A Prefeitura de São Paulo anunciou na 5ª feira (6.jan.2021) o cancelamento do Carnaval de rua na capital paulista devido ao avanço da variante ômicron no Estado. “Demonstramos total transparência no anúncio do cancelamento com a apresentação dos dados preocupantes do cenário epidemiológico na cidade. Existia uma proposta de se fazer um carnaval controlado com o Passaporte da Vacina em ambientes grandes e abertos como o autódromo, mas também está descartada essa possibilidade”, disse o prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Vitória – “Até a presente data, não há definição sobre o Carnaval. Todas as decisões serão baseadas em critérios científicos e sanitários, ouvindo os profissionais da saúde e preservando a vida e a integridade física dos moradores”, declarou a prefeitura ao Poder360.

Sul

Curitiba – Em dezembro de 2021, a prefeitura anunciou que o Carnaval de 2022 será celebrado de forma virtual. “A decisão pelo formato digital da festa popular foi tomada pela FCC (Fundação Cultural de Curitiba), em atendimento ao pedido da Liga das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Curitiba e Região Metropolitana”, disse.

Florianópolis – “A exemplo do show e fogos do Réveillon, também estamos cancelando o Carnaval. A prefeitura não vai promover grandes eventos neste momento de incertezas sobre a pandemia e emergências públicas e privadas com muita pressão de atendimento”. disse o prefeito Gean Loureiro.

Porto Alegre – não respondeu ao contato do jornal digital.

ÔMICRON PELO MUNDO

Setenta países registraram suas maiores médias em 7 dias de casos registrados de covid depois de 25 de novembro, data em que a variante ômicron foi anunciada. Para 34 desses países, o pico de casos da pandemia foi na 3ª feira (4.jan.2022).

A Europa é o continente com mais nações que tiveram ápice de casos após o surgimento da ômicron: 29. Na África, 23 países estão nessa situação. Na América do Sul, Argentina e Bolívia foram os países que atingiram as maiores médias de casos recentemente. A Argentina chegou a 960 casos por milhão de habitantes na 3ª feira (4.jan) e a Bolívia a 537 casos/milhão na 2ª feira (3.jan).

No Estados Unidos, dados de até 1º de janeiro de 2022 do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) mostram que 95,4% de todas as infecções no país são pela variante ômicron. As outras 4,6% são da delta. O número de crianças internadas com a doença no país chegou a 3.111 na 5ª feira (6.jan).

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, afirmou que a variante parece provocar formas menos graves da doença do que a delta, mas não deve ser classificada como “leve”.

 

Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com

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