O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta segunda-feira (31) a pedido do governo dos Estados Unidos que, ao lado de seus aliados da Otan, tenta dissuadir a Rússia de invadir a Ucrânia, ao mesmo tempo que prepara sanções contra Moscou
"Mais
de 100.000 tropas russas estão mobilizadas e a Rússia organiza outros atos de
desestabilização contra Ucrânia, o que constitui uma ameaça à paz, à segurança
internacional e à Carta da ONU", afirmou a embaixadora americana nas
Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.
Diante
da ameaça de invasão, a Ucrânia pediu no domingo à Rússia que retire suas
tropas e mantenha o diálogo com os países ocidentais se "realmente"
deseja reduzir a tensão.
Nesta
terça-feira, Moscou anunciou que seu ministro das Relações Exteriores, Serguei
Lavrov, falará por telefone na terça-feira com o secretário de Estado
americano, Antony Blinken.
Estados
Unidos e Reino Unido ameaçaram adotar novas sanções contra a Rússia.
Autoridades britânicas afirmaram que terão como alvos os diversos interesses
econômicos russos.
Em
resposta, Moscou acusou nesta segunda as autoridades britânicas de preparar um
"ataque aberto contra as empresas russas", segundo disse o porta-voz
do Kremlin, Dimitri Peskov, que prometeu "uma resposta", se
necessário.
Em
Washington, congressistas democratas e republicanos anunciaram que o Congresso
está perto de alcançar um acordo sobre um projeto de lei que prevê novas
sanções econômicas contra a Rússia.
Entre
a bateria de sanções mencionadas, o Reino Unido e os Estados Unidos apontam ao
gasoduto estratégico Nord Stream 2 entre a Rússia e a Alemanha ou inclusive o
acesso russo a transações em dólares, principal moeda do comércio
internacional.
Diante
das novas ameaças, Moscou exigiu ser tratado em igualdade de condições por
Washington.
"Queremos
relações boas, equitativas, de respeito mútuo com os Estados Unidos, como com
todos os países do mundo", declarou o ministro russo das Relações
Exteriores, Serguei Lavrov.
A
Rússia "não quer permanecer em uma posição" na qual sua segurança
"seja violada diariamente", continuou Lavrov.
-
Desinformação -
Nesta
segunda-feira a Rússia provavelmente tentará impedir a reunião dos 15 membros
do Conselho de Segurança, mas o organismo "está unido", segundo a
embaixadora americana.
"Nossas
vozes estão unidas para pedir aos russos uma explicação", disse
Thomas-Greenfield.
"Vamos
entrar no salão dispostos a ouvir. Mas não vamos ser distraídos por sua
propaganda", afirmou.
"E
estaremos preparados para responder a qualquer desinformação que tentem
apresentar durante a reunião", advertiu.
A
Rússia é acusada desde o final de 2021 de ter concentrado cerca de 100.000
soldados na fronteira ucraniana para preparar um ataque. Moscou nega ter
qualquer intenção bélica, mas exige garantias por escrito para sua segurança.
As
demandas russas começam por um compromisso de não adesão da Ucrânia à Otan e o
fim do processo de fortalecimento da presença da Aliança Atlântica nos países
do leste europeu.
As
exigências foram rejeitadas pelos Estados Unidos e o Kremlin ainda está
estudando a resposta à negativa.
A
subsecretária de Estado americana, Victoria Nuland, disse que há
"sinais" de que a Rússia estaria interessada em um diálogo sobre a
resposta do Estados Unidos e da Otan.
O
secretário de Estado, Antony Blinken, e o ministro russo das Relações
Exteriores, Serguei Lavrov, "conversarão a respeito provavelmente esta
semana", acrescentou Nuland.
O
presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, Bob Menéndez, pediu que
o governo dos Estados Unidos apresente uma advertência à Rússia de que qualquer
agressão contra a Ucrânia custará muito caro.
"Não
podemos voltar a ter um novo momento Munique", disse o senador ao canal
CNN, em referência ao acordo de 1938 da França, Itália e Reino Unido com Adolf
Hitler, pelo qual a Alemanha assumiu o controle de parte do território tcheco.
"Putin
não vai parar na Ucrânia", acrescentou.
-
Mobilização de tropas -
Vários
países ocidentais anunciaram nos últimos dias o envio de soldados para o leste
da Europa.
O
primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve propor esta semana o envio de
tropas para responder ao aumento da "hostilidade russa" contra a
Ucrânia.
O
anúncio foi cumprimentado pelo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e
pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
O
chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, sua colega alemã, Annalena
Baerbock, e o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, viajarão esta
semana a Kiev.
A
ministra da Defesa canadense, Anita Anand, cujo país dá assistência militar à
Ucrânia, chegou à Ucrânia no domingo para uma visita de dois dias.
Ela
anunciou que o Canadá mobilizou tropas militares no oeste da Ucrânia e a
repatriação temporária dos funcionários não essenciais de sua embaixada em
Kiev.
Com informações da AFP
Para ler mais acesse, www:
professortacianomedrado.com
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário