A
diretoria colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve
aprovar nesta quarta-feira (19) o uso do autoteste de Covid-19 no Brasil.
O
Ministério da Saúde pediu na última quinta-feira (13) para a agência liberar o
exame que pode ser feito em casa. Utilizado há meses em outros países, os
autotestes são proibidos no país por causa de uma resolução da Anvisa de 2015.
Pela
regra, o ministério precisa propor uma política pública para liberar a entrega
dos exames ao público leigo. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já
sinalizou que os produtos não devem ser comprados pelo governo federal.
Técnicos
da agência também tentavam levar para a mesma reunião a votação sobre pedido de
uso da Coronavac para o público de 3 a 17 anos. Mas a análise da diretoria deve
ser feita em outra data, ainda nesta semana, pois alguns pareceres sobre a
vacina estão sendo finalizados.
A
tendência é aprovar o autoteste e o uso da Coronavac em crianças e
adolescentes, mas a decisão final depende do voto da maioria dos cinco
diretores da Anvisa.
A
testagem no Brasil está centrada em clínicas, farmácias e serviços públicos,
que não estão conseguindo atender à demanda diante da circulação da variante
ômicron.
Entidades
científicas cobraram, na semana passada, uma política de testagem mais ampla do
governo federal e a permissão do exame em casa. A procura pelos testes disparou
com o avanço da contaminação na virada do ano.
O
ministro Queiroga disse que o autoteste pode desafogar as unidades de saúde,
mas afirmou que a compra do produto para o SUS pode não ter o efeito desejado.
"O
Brasil é um país muito heterogêneo, de muitos contrastes. A alocação deste
recurso para aquisição de autoteste, distribuir para a população em geral, pode
não ter resultado da política pública que nós esperamos", disse o ministro
no último dia 14.
Presidente-executivo
da CBDL (Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial), Carlos Gouvêa disse à
Folha que os autotestes devem ser mais baratos que exames de antígeno vendidos
em farmácia. "Hoje a gente vê valores de R$ 70 a R$ 150 (de testes de
antígeno) nas farmácias. O autoteste deve ficar de R$ 45 a R$ 70", afirma
Gouvêa.
Na
proposta envidada à Anvisa, o ministério orienta que pacientes que detectaram a
infecção pelo autoteste procurem atendimento em unidade de saúde ou
teleatendimento para confirmar o diagnóstico e receber orientações.
Segundo
a mesma nota, a autotestagem é uma estratégia adicional para prevenir e
interromper a cadeia de transmissão da Covid-19, juntamente com a vacinação, o
uso de máscaras e o distanciamento social.
VACINA
A
campanha de vacinação das crianças foi aberta na última sexta-feira (14), com o
imunizante da Pfizer destinado ao grupo de 5 a 11 anos. O primeiro imunizado
foi Davi Seremramiwe Xavante, um menino indígena de 8 anos.
Integrantes
da Anvisa afirmam que algumas condições podem ser definidas para aprovar a
Coronavac para o grupo de 3 a 17 anos. Entre elas, que o laboratório paulista
se comprometa a gerar dados sobre o uso das doses no Brasil, além de apresentar
o desfecho de estudo global que está sendo conduzido na China, África do Sul,
Chile, Malásia e Filipinas.
Os
pareceres das áreas técnicas devem apontar que a vacina demonstra dados sólidos
de segurança. Além disso, destacar que o imunizante é largamente aplicado nos
mais jovens em outros países, como o Chile. O país andino já imunizou 1,4
milhão de pessoas entre 3 e 17 anos.
O
Ministério da Saúde avalia usar a Coronavac em crianças, caso haja aprovação da
Anvisa. Como a vacina é do mesmo modelo aplicado em adultos, estados já se
planejam para destinar doses estocadas ao público mais jovem.
A
vantagem da Coronavac é a disponibilidade de doses, devido ao fato de que o
imunizante parou de ser usado pelo governo federal.
A
vacinação de crianças e adolescentes é tema sensível no governo Jair Bolsonaro
(PL), pois o mandatário distorce dados e desestimula a imunização dos mais
jovens. Ele chegou a ameaçar expor nomes de servidores da Anvisa que aprovaram
o uso de vacinas da Pfizer em crianças.
Em
nota divulgada no último dia 8, o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres,
rebateu insinuações de supostos interesses escusos da Anvisa na vacinação de
crianças e cobrou retratação do presidente.
Com informações do FolhaPress.
Para ler mais acesse, www:
professortacianomedrado.com
AVISO: Os comentários são de
responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor
Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade
do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos
de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser
removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário