Da Redação
Um
grupo de rebeldes armados é acusado pelo governo da Nigéria de empreender
uma série de ataques que nos últimos dias levou à morte de 47 pessoas na
violenta região noroeste do país. As informações são da agência Associated
Press.
Embora
nenhum grupo tenha assumido a autoria dos ataques, as forças de segurança
acreditam que eles foram realizados por “bandidos”, nome popularmente atribuído
a grupos armados sem vínculo ideológico que atuam na região. As informações
foram divulgadas pelo comissário de segurança do Estado de Kaduna, Samuel
Aruwan.
Os
“bandidos” são responsabilizados
pela morte de pelo menos 2,5 mil pessoas nos Estados do noroeste e do
centro da Nigéria em 2021, conformes estatísticas do Conselho de Relações
Exteriores dos EUA. Os ataques aumentaram nos últimos três meses, e as forças
de segurança admitem que os números aumentarão até o final do ano.
Nove
pessoas foram mortas em três aldeias na sexta-feira (17), de acordo com Aruwan,
e outras 38 foram mortas no domingo (19) em outra parte de Kaduna. Casas,
caminhões e carros foram queimados, bem como produtos agrícolas de fazendas da
região.
A
violência no noroeste da Nigéria não tem diminuído, mesmo com as medidas de
segurança das autoridades, que incluem o envio de milhares de soldados para a
área. O problema é que os militares precisam focar também na guerra contra
os extremistas
islâmicos, sendo que muitos combatentes do Boko Haram e do ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental), teriam se
infiltrado entre os “bandidos” para expandir sua influência.
Por
que isso importa?
A violência que
atinge o noroeste da Nigéria forçou dezenas de milhares de pessoas a deixarem
suas casas e já começa a se expandir para a região central do país. Parte da
população foge dos ataques dos “bandidos” e também da ação de grupos
jihadistas, sobretudo o Boko Haram e o ISWAP.
Enquanto
os jihadistas têm uma agenda ideológica muito clara, os “bandidos” agem somente
por dinheiro. São principalmente jovens do grupo étnico Fulani que trabalharam
como criadores de gado nômades e se envolveram em um conflito de décadas com
comunidades agrícolas, na luta pelo acesso à água e às pastagens.
Os
“bandidos” são os maiores responsáveis pelos sequestros
de jovens em idade escolar, uma modalidade criminosa que tem crescido
muito no país. O objetivo dos raptos é meramente financeiros, ou seja, receber
o valor do resgate em troca da libertação das vítimas. As gangues também
promovem invasões e saques em vilas.
A
violência no noroeste nigeriano aumentou nos últimos meses, e a OIM
(Organização Internacional para as Migrações) estima que houve cerca de 50 mil
deslocamentos internos no país desde janeiro de 2020. Adicionalmente, 80 mil
pessoas rumaram ao vizinho Níger nos últimos dois anos, situação que as
agências de apoio à população temem gerar uma nova crise humanitária.
No
Brasil
Casos
mostram que o país é um “porto
seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do
site The
Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações
terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad
Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em
2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de
Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista,
coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em
2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF
prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados
semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao
Estado Islâmico foram presos e dois fugiram.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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