"Segundo
a Bíblia — por acaso no Livro dos Juízes — Deus dá até duas
oportunidades aos escolhidos. Moro seria imbatível em 2018, no apogeu da 'lava
jato'. Não foi candidato. E teve uma segunda chance após sair do ministério. Em
abril de 2020, com 18%, estava dois pontos atrás de Bolsonaro. Mas saiu do país
e tenta hoje uma terceira oportunidade de protagonizar. Inicia agora bem abaixo
(8%). É mais forte entre os eleitores mais velhos, de maior escolaridade, no Sul
e Sudeste. Ainda distante de Bolsonaro mesmo nesses segmentos. Terá de disputar
os 55% que elegeram o presidente", é a avaliação do cientista
político Antonio Lavareda, em entrevista ao Estadão, publicada neste domingo (14/11).
Para
o sociólogo, a filiação do ex-juiz Sergio Moro ao Podemos não é uma
surpresa, mas provoca um rearranjo que aprofunda a fragmentação da terceira
via, o caminho do meio entre o presidente Jair Bolsonaro e Luiz
Inácio Lula da Silva.
"Temos
o ex-juiz no Podemos, prévias no PSDB (21/11) e Bolsonaro migrando para o PL
(ainda sem data confirmada). Vale citar o nascimento do União Brasil, da fusão
DEM e PSL, que passa a ser a maior legenda do país uma vez registrada
no Tribunal Superior Eleitoral. Ciro Gomes inaugurou a movimentação,
retomando as rédeas do PDT na votação da PEC dos Precatórios. Desses fatos,
cuja importância agita o noticiário e dá visibilidade aos pré-candidatos, não
se deve aguardar grandes alterações nas pesquisas. De Moro a Lula, nenhum
desses nomes saiu das listas testadas mês a mês pelos institutos. Lula, seguido
por Bolsonaro, deve se manter na liderança, com a terceira colocação disputada
por Ciro e Moro. Além do presidente, os demais candidatos prefeririam que o
ex-juiz ficasse fora da disputa; ele amplia a fragmentação e dificulta a
decolagem de um nome da terceira via."
Sobre
o discurso de filiação de Moro semana passada, ele
procurou deixar a imagem de alguém monotemático. "Como a última pesquisa
Ipespe mostrou, 44% dos brasileiros querem que o próximo presidente se dedique
aos temas econômicos na largada do mandato, ao passo que apenas 6% querem vê-lo
priorizar o combate à corrupção".
"O
esforço inicial, correto, de Moro, não será uma tarefa fácil, pois ele chega
impregnado pela longa exposição na mídia como juiz e, depois, como ministro de
Bolsonaro."
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário