Uma
pesquisa de opinião realizada no início de outubro pela agência Quaest indicou
que apenas 34% dos brasileiros têm uma opinião favorável à China,
principal parceira
econômica do Brasil. Já os Estados Unidos são vistos de
maneira positiva por 58% da população nacional. As informações foram publicadas
no site da revista Veja.
Abaixo
dos norte-americanos, a Alemanha surge na pesquisa como a segunda ação com
maior índice de aprovação junto aos brasileiros, com 45%. A Argentina tem 36%
de aprovação, e a Rússia surge
abaixo da China, com 30%.
No
índice de rejeição, a China supera a Rússia. De acordo com a pesquisa, 44%
dos brasileiros rejeitam
Beijing, enquanto Moscou surge em segundo lugar dessa lista com 38%. A seguir
aparecem Argentina, com 37%, Alemanha, com 25%, e os Estados Unidos como o país
com menor rejeição entre os pesquisados, com 20%.
No
caso dos Estados Unidos, os campeões de aprovação, a visão positiva é maior
entre os brasileiros mais jovens e com maior escolaridade. Entre os cidadãos de
16 a 24 anos, a aprovação é de 70%. Já entre aqueles que completaram o ensino
superior, a visão é positiva para 71% das pessoas pesquisadas.
É
na categoria dos brasileiros com
ensino superior que a visão em relação à China é menos negativa. Nesse grupo de
pessoas, a aprovação é de 45%, contra 43% de aprovação. É importante ressaltar
que, devido à alternativa “não sei” inserida pelos pesquisadores, a soma das
opiniões positivas e negativas não atinge os 100%.
Também
é possível associar a visão que o brasileiro tem do governo
chinês ao posicionamento político. A aprovação da China é menor entre
os eleitores do presidente Jair Bolsonaro, com 20%. Já entre os que se dizem
eleitores do ex-presidente Lula ou de um terceiro candidato, com vistas à
futura eleição presidencial, a aprovação de Beijing é a mais alta, 40%. Os
Estados Unidos estão em situação inversa: têm maior aprovação entre
bolsonaristas, com 70%, contra 50% de aprovação entre os oposicionistas.
Por
que isso importa?
Na
América do Sul, o Brasil é o principal destinatário de investimentos chineses,
desempenhando um papel muito relevante. Segundo o CEBC (Conselho
Empresarial Brasil-China), entre 2007 e 2018, a China investiu cerca de US$
58 bilhões no Brasil, concretizando mais de 140 projetos.
Entre 2005 e 2020, o Brasil foi destino de 50% dos investimentos chineses na
região, um percentual considerável, tendo em vista que o segundo colocado foi o
Peru, com 14.06%.
Estudo
da American
Enterprise Institute and The Heritage Foundation, de 2020, indica que
o setor de energia é o que mais recebe investimento chinês no Brasil. Isto
ocorre pois o Brasil é uma fonte estratégica de energia e, também, em virtude
da demanda e do planejamento da China para explorar mercados onde possa
aprimorar sua capacidade e inteligência energética.
No
que diz respeito à forma de ingresso dos investimentos chineses
no Brasil, nota-se um aumento de investimentos greenfield (projetos
incipientes, que existem somente no papel e estão em fase de planejamento) e
fusões e aquisições entre 2016 e 2018. Por outro lado, as joint
ventures (parcerias entre duas entidades para tirar proveito de alguma
atividade, por um tempo limitado, sem que cada uma delas perca a identidade própria)
apresentaram oscilação, permanecendo em último lugar em 2018.
Desde
2018, observa-se um aumento de investimentos chineses em
um setor-chave para o atual momento histórico: o de serviços, com destaque para
os setores financeiro, de mobilidade urbana e de meios de pagamentos digitais.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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