Os modernos caças J-16D são invisíveis ao radar e foram projetados para atuar em condições idênticas às de Taiwan (Foto: Global Times/China)
Da Redação
A China representa um perigo
“real e iminente” para Taiwan.
A afirmação partiu de James Moriarty, que chefia o Instituto Americano em
Taiwan, principal órgão representativo dos EUA na ilha. Ele falou na noite de
quarta-feira (6), em Washington, durante evento em comemoração ao Dia Nacional
taiwanês, segundo o jornal The Taiwan News.
O
alerta de Moriarty surge na esteira da maior
incursão já feita pela força aérea chinesa na ilha. Nos últimos dias,
149 aeronaves militares chinesas invadiram o espaço aéreo taiwanês, um gesto de
intimidação que fez crescer a tensão que já estava instalada no Estreito de
Taiwan. Foram 56 jatos somente na segunda-feira (4), maior número já registrado
em um único dia.
Apesar
das frequentes manifestações belicistas de Beijing, o chefe da diplomacia
norte-americana em Taiwan afirmou que Washington prefere tratar a questão de
maneira pacífica. Por outro lado, ele admitiu que as ações chinesas exigem que
a ilha estabeleça ‘uma força
poderosa de intimidação [de defesa] o mais rápido possível’, segundo
jornal britânico The
Guardian.
A
presença dos caças chineses não foi a única ação ameaçadora dos últimos dias.
Imagens de satélite obtidas pela revista canadense Kanwa Defence Review indicam
que a China abriga desde maio seus novos caças J-16D em uma base perto da ilha.
Andrei Chang, editor-chefe da publicação, diz que as imagens mostram, além dos
próprios jatos, hangares que podem acomodar mais caças de combate, segundo o
jornal de Hong Kong South
China Morning Post.
“Todas
as bases aéreas ao longo da costa sudeste estão sendo expandidas e atualizadas
para abrigar mais caças, à medida em que mais e mais incursões aéreas em grande
escala estão ocorrendo”, disse Chang. “O envio de 52 aeronaves (na primeira
leva) na segunda-feira (4) mostra a força de combate da aviação do PLA
(exército chinês). Prevejo que mais tipos de aeronaves sejam enviadas no
futuro, com as maiores levas envolvendo mais de 100 delas”.
Uma
fonte militar anônima em Beijing confirmou que os J-16D chegaram à base aérea e
estão ativos. Segundo o informante, o aumento da atividade militar perto de
Taiwan é “parte do treinamento de prontidão para o combate” da China.
Por
que isso importa?
Taiwan
é uma questão
territorial sensível para os chineses. Relações exteriores que tratem
o território como uma nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o
princípio defendido de “Uma Só China“, que também encara Hong Kong como
território chinês.
Diante
da aproximação do governo taiwanês com os Estados Unidos, a China endureceu
sua retórica contra as reivindicações de independência da ilha
autônoma no ano passado.
Embora
não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como a maioria dos
países do mundo, os EUA são o mais importante financiador internacional e
principal fornecedor de armas da ilha, o que causa imenso desgosto a Beijing,
que tem adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação.
Jatos
militares chineses passaram a realizar
exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan, e agora já
invadem o espaço aéreo da ilha, deixando claro que a China não aceitará a
independência do território “sem
uma guerra”.
O embate,
porém, pode não terminar em confronto
militar, e sim em um bloqueio total da ilha. É o que apontaram relatórios
produzidos pelos EUA e por Taiwan em junho, de acordo com o site
norte-americano Business
Insider.
O
documento, lançado pelo governo taiwanês no ano passado, pontua que Beijing não
teria capacidade de lançar uma invasão em grande escala contra a ilha. “Uma
invasão provavelmente sobrecarregaria as forças armadas chinesas”, concordou o
relatório do Pentágono.
Caso
ocorresse, a escalada militar criaria um “risco político e militar
significativo” para Beijing. Ainda assim, ambos os documentos reconhecem que a
China é capaz de bloquear Taiwan com cortes dos tráfegos aéreo e naval e
das redes de informação. O bloqueio sufocaria a ilha, criando uma reação
internacional semelhante àquela que seria causada por uma eventual ação
militar.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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