A
presidente em exercício do PTB, Graciela Nienov, disse em posicionamento à
Executiva e ao diretório do partido que foi pega de "surpresa" pelo
vazamento de carta escrita pelo ex-deputado
federal Roberto Jefferson e afirmou que "em momento algum"
falou-se em rompimento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A
declaração ocorre um dia após a divulgação de carta escrita por Jefferson do
complexo penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, na qual ele criticou o
presidente da República e seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ)
pelo que descreve como "vício nas facilidades do dinheiro público".
Ele disse que ao se aproximar de figuras do Centrão, como Ciro Nogueira e
Valdemar da Costa Neto, Bolsonaro cercou-se de "viciados" e,
consequentemente, se tornou um deles.
Em
reação, Nienov disse que se tratou de um "desabafo" do ex-deputado e
que o partido reforçou o apoio a Bolsonaro em reunião mensal da sigla realizada
nesta quarta-feira.
"Em
momento algum a gente falou que romperia com o Bolsonaro. Na reunião a gente
saiu firme em apoio ao Bolsonaro. Ontem fomos pegos de surpresa por uma carta
interna do partido que vazou. É bom deixar isso claro, que a carta era para o
diretório, especificamente", disse a presidente do PTB.
Nienov disse ainda que entende a "mágoa" de Jefferson por ver Bolsonaro se aproximar de partidos como PP e PL, que acirraram a disputa para filiar o presidente. O chefe do Executivo dá sinais trocados para as duas legendas e tem adiado a decisão até encontrar a configuração nos estados que mais lhe agrada.
"Entendo
também a mágoa do Roberto, que está há 70 dias dentro de uma prisão. Sua cabeça
está perfeita, sua mente está perfeita, mas seu corpo já não é mais o mesmo.
Ele está doente, e ninguém faz nada. Além de ele estar doente, ele vê o líder
em que ele acreditou indo para partidos que fazem parte de um sistema",
afirmou Nienov, que chamou Bolsonaro de "homem de bem".
A
presidente em exercício do PTB citou que o partido se organizou para ser
alinhado a Bolsonaro e ser todo de direita, de "norte a sul". Disse
ainda que, antes de ser preso, Jefferson pediu que ela se mantivesse ao lado do
presidente. E afirmou que é hora de permanecer em silêncio.
O desabafo dele foi o seguinte: 'Nós sabemos que o Bolsonaro é um homem de bem. Estamos juntos com Bolsonaro sem cargo, sem nenhum ministério, sem nada. Estamos juntos porque acreditamos que o nosso presidente não rouba e não deixa roubar. É isso que ele sempre tem falado".
Na
carta, Jefferson disse que o PTB deve ter candidatura própria no ano que vem, e
orienta as lideranças do partido a convidarem o vice-presidente Hamilton Mourão
(PRTB) para disputar a presidência da República, contra o atual mandatário. Ele
chegou a convidar Bolsonaro publicamente para ingressar no PTB por diversas
vezes, mas as conversas por filiação não avançaram.
O
ex-deputado precisou ser internado no domingo no hospital do complexo de
Bangu 8 em razão de complicações em seu estado de saúde, como febre alta,
taquicardia e baixa pressão.
Jefferson
voltou para a prisão no último dia 14 por determinação do ministro Alexandre de
Moraes, depois que o político recebeu alta hospitalar. Ele estava internado
desde o início de setembro com um quadro de infecção urinária e dores na lombar
e foi submetido também a um cateterismo para desobstrução de uma artéria.
Além
de estar preso, ele já foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República
(PGR) por seus ataques às instituições. Na noite de domingo, ele pediu
licença da presidência do PTB por tempo indeterminado enquanto durar a
prisão preventiva. Em carta, o dirigente disse que não pode assinar documentos
e faz ataques a parlamentares do partido que pediram seu afastamento.
Com informações da Agência O Globo
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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