O
governo federal marcou para a próxima quinta-feira (28) uma reunião com
caminhoneiros. Entidades da categoria planejam uma greve para o dia 1º de
novembro. Para acalmar os ânimos do grupo, que já foi base de apoio eleitoral
de Jair Bolsonaro (sem partido), o presidente anunciou nesta quinta (21) que
lançaria um programa de R$ 400 por mês a cerca de 750 mil caminhoneiros. As informações são da Agencia Brasil.
Apelidada
de "bolsa diesel", a iniciativa não foi bem recebida por alguns
líderes da categoria, que mantêm exigências de uma pauta estruturada desde
setembro.
O
encontro entre o Planalto e a categoria foi solicitado pelo deputado Nereu
Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros
Autônomos e Celetistas, que recentemente solicitou abertura de inquérito para
abrir uma CPI para investigar os preços dos combustíveis praticados pela
Petrobras.
Na
reunião, serão debatidos os critérios econômicos e tributários a serem
implementados na política de preços dos combustíveis e a criação do Fundo de
Estabilização dos Preços dos Derivados do Petróleo (PL750/21).
De
acordo com email enviado pela Secretaria de Governo à diretoria do CNTRC
(Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), serão convidados
representantes da Casa Civil, do Ministério da Infraestrutura e da Aepet
(Associação de Engenheiros da Petrobras). Os caminhoneiros serão representados
pelo conselho, pela CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Transportes e Logística), Abrava (Associação Brasileira de Condutores de
Veículos Automotores) e outras entidades.
No
sábado (16), motoristas definiram que iniciarão uma paralisação no dia 1º de
novembro caso Bolsonaro não atenda as demandas do setor. Eles exigem
cumprimento do frete mínimo e nova política de preços para os combustíveis, que
nunca estiveram tão caros no Brasil.
A
definição ocorreu após uma assembleia de motoristas organizada por três
entidades representativas no Rio de Janeiro, incluindo participantes que
lideraram a greve de 2018. A articulação também está sendo feita com caminhoneiros
ligados a portos.
Em
grupos, caminhoneiros se manifestaram contrários ao auxílio. O pleito, segundo
lideranças, é pela constitucionalidade da lei 13.703, de 2018, que estabelece o
piso mínimo de frete, uma conquista da categoria após as greves de 2018 no
governo de Michel Temer.
Há
três ações que pedem a inconstitucionalidade da lei no STF (Supremo Tribunal
Federal).
"Se
quiser nos ajudar, chama o povo do agronegócio e pede para retirar as ações de
inconstitucionalidade e nos deixe trabalhar tranquilamente. Essa lei é medo de
alguns [empresários] de ver o [caminhoneiro] autônomo forte", afirmou
Fabio Freitas, liderança de um grupo de autônomos do Vale da Paraíba.
Wallace
Landim, conhecido como Chorão, um dos líderes da greve de 2018, afirmou que
trata-se de mais um "balão apagado para categoria colecionar de promessas
do governo que ajudou a eleger".
"Os
caminhoneiros autônomos brasileiros não querem esmolas, auxílio no valor de R$
400 não supre em nada as necessidades e demandas da categoria. Com as
declarações de hoje, o governo federal faz 'ouvido de mercador' às demandas dos
caminhoneiros autônomos brasileiros", disse.
Ele
acrescentou que a reivindicação é por estabilidade dos preços dos combustíveis,
fundo de colchão para amenizar volatilidade, mudança na política de preços da
Petrobras, aposentadoria especial a partir de 25 anos de contribuição e
cumprimento da lei do piso mínimo de frete.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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