Da Redação
O
Departamento de Estado dos EUA (DOS, na sigla em inglês) mapeou o sistema de
desinformação coordenado pelo governo da Rússia na internet. É um
sistema que faz propaganda
pró-Kremlin ao mesmo tempo em que semeia a desinformação no ocidente,
usando a seu favor os algoritmos de redes sociais como Facebook e Twitter.
As informações são do site Dialogo
Americas.
O
mapeamento foi revelado por John Spykerman, que dirige uma equipe com foco em
Rússia no DOS e participou de uma videoconferência de combate à desinformação
no dia 29 de setembro. Segundo ele, são cinco os pilares do projeto
de Moscou: comunicações oficiais do governo, mensagens globais financiadas
pelo Estado, cultivo de sites proxy, mídia social armada e desinformação
cibernética.
“Todos
esses pilares estão trabalhando juntos constantemente e ampliando uns aos
outros”, disse Spykerman, que destacou os sites proxy como o ponto vital do
sistema russo de desinformação. “Em muitos casos, esses sites proxy são
controlados e dirigidos pelo governo russo. Às vezes, até mesmo pelos serviços
de inteligência russos”.
Os
tais sites proxy por vezes não existem de verdade, mas aparecem em redes
sociais como sendo fontes de notícias produzidas pelo governo russo e que os
algoritmos levam ao leitor. De acordo com Spykerman, por trás das notícias
aparentemente aleatórias há uma agência de notícias estatal russa, como Russia
Today ou Sputnik. “Quando isso aparece no seu feed, é apenas uma
história, você não vê o que mais existe no site”.
Segundo
ele, a Rússia não explora apenas a informação em si. Também atua para levar a
desinformação às pessoas certas. “Você pode absorver essa narrativa de forma
não intencional ou intencional”, diz ele. “A Rússia está realmente explorando
um conceito psicológico bem conhecido. Quando você tem conexão emocional com a
informação ou a desinformação, você fica mais relutante em abrir mão disso”.
É
a partir daí que o conteúdo muitas vezes viraliza. “É mais provável que você
compartilhe com outras pessoas. E isso torna muito difícil para verificadores
de fatos, desmistificadores e assim por diante conter a informação depois que
ela se espalhou”.
Segundo
Spikerman, o objetivo do Kremlin com
essa campanha de fake news é muito claro: “Divida as sociedades
ocidentais e faça com que os cidadãos percam a confiança em sua democracia e em
suas instituições democráticas”.
Por
que isso importa?
O Facebook e
outras mídias sociais vêm enfrentado fortes críticas durante a pandemia de
Covid-19, inclusive do presidente dos EUA, Joe Biden, que atribui à rede
parcela de culpa por espalhar mentiras sobre a vacinação que “atrapalha os
esforços em todo o mundo para combater o coronavírus”.
Em
junho, a big tech fechou 65 contas do Facebook e 243 contas
do Instagram ligadas ao grupo de marketing Fazze, que buscava
recrutar influenciadores para endossar uma campanha contra os imunizantes
Pfizer e Astrazeneca. A operação da Fazze começou com grupos de
contas falsas criadas em 2020, que teriam origem nas chamadas “fazendas de
contas” no Paquistão e
em Bangladesh.
As
contas falsas usavam memes e comentários como meios de propagação de fake
news. Uma das mentiras espalhadas dizia que as vacinas da Astrazeneca
transformariam as pessoas em chimpanzés, trazendo imagens do filme ‘Planeta dos
Macacos’. Já a Pfizer teria maior taxa de mortalidade do que outros
imunizantes. O Facebook relatou que vários influenciadores de saúde e
estilo de vida compartilharam tais conteúdos.
Antes
disso, em março deste ano, o Facebook identificou 530 contas falsas do Instagram que
tinham como público-alvo a população russa. A rede de desinformação produzia
conteúdo contrário aos protestos em
apoio ao político russo Alexei
Navalny, de oposição ao Kremlin.
Mais
de 50 mil usuários seguiam as contas falsas, apontou o Facebook. Os perfis
se utilizavam da procura por hashtags e tags de localização
para enviar ao público-alvo conteúdos críticos à oposição russa.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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