DEMOCRACIA NO MUNDO: Mulheres afegãs usam roupas coloridas para protestar contra repressão do Taleban

Família afegã em foto de protesto contra a repressão imposta pelo Taleban às mulheres (Foto: reprodução/twitter.com/DrFatimaKakkar)

Da   Redação 

Como forma de protestar contra um código de vestimenta imposto pelo Taleban desde que assumiu o poder no Afeganistão, mulheres afegãs em todo o mundo iniciaram um movimento online de protesto. Elas têm postado fotos nas redes sociais vestindo roupas coloridas, acompanhadas de hashtags como #AfghanistanCulture (cultura afegã) e #DoNotTouchMyClothes (não toque nas minhas roupas). As informações são da revista People.

Desde que assumiu o poder, o Taleban tem imposto seguidas normas repressivas, sobretudo contra as mulheres. No caso do código de vestimenta, a exigência é para que estudantes do sexo feminino, professoras e outras funcionárias dos sistema educacional usem burcas pretas dentro das escolas e universidades.

De acordo com a rede CNN, o protesto virtual começou após viralizar uma foto de estudantes do sexo feminino vestidas de preto e agitando bandeiras do Taleban em uma sala de aula de uma universidade em Cabul, a capital afegã.

Nenhuma mulher jamais se vestiu assim na história do Afeganistão. Isso é totalmente estranho e estranho à cultura afegã. Publiquei minha foto no tradicional vestido afegão para informar, educar e dissipar a desinformação que está sendo propagada pelo Taleban“, disse a Dra. Bahar Jalali, cuja biografia diz que é historiadora e “fundadora do Primeiro Programa de Estudos de Gênero no Afeganistão”.

Vestindo com orgulho nossas roupas afegãs tradicionais, coloridas e vibrantes”, escreveu Fatima Kakkar, que diz viver em Quebec, no Canadá, e informa ser médica pediatra especializada em doenças infecciosas em crianças, além de professora. Ao lado do nome dela aparecem duas bandeiras, uma do Canadá e outra do Afeganistão.

No início do mês, o vice-líder da comissão cultural alibã, Ahmadullah Wasiq, disse que as mulheres no país serão proibidas de praticar esportes. Ele citou especificamente o críquete, esporte criado pelos ingleses e bastante popular inclusive na Austrália e no Oriente Médio.

“Não acho que as mulheres poderão jogar críquete, porque não é necessário que as mulheres joguem críquete”, disse Wasiq. “No críquete, elas podem enfrentar uma situação em que o rosto e corpo não estarão cobertos. O Islã não permite que as mulheres sejam vistas assim”.

O representante talibã, porém, deu a entender que praticamente todas as modalidades esportivas serão vetadas. “É a era da mídia, e haverá fotos e vídeos, e então as pessoas assistirão. O Islã e o Emirado Islâmico [Afeganistão] não permitem que as mulheres joguem críquete ou pratiquem o tipo de esporte em que ficam expostas”.

O governo interino instituído pelo Taleban é formado exclusivamente por homens que militavam no grupo e são, assim, tidos como leais ao movimento extremista. É um gabinete notadamente linha-dura e sem nenhuma mulher, contrariando a promessa prévia de que seria inclusivo.

No prédio onde antes funcionava o Ministério da Mulher, agora uma placa indica que virou a sede do “Ministério de Oração e Orientação e Promoção da Virtude e Prevenção do Vício”, segundo a agência Reuters. As portas do edifício foram fechadas, e as mulheres que ali trabalhavam têm sido proibidas de entrar. Funcionárias que vinham tentando trabalhar foram orientadas a voltar para suas casas.

Numa decisão que atinge também os homens, o Taleban determinou ainda que apresentações de música ao vivo estão proibidas no país.

Por que isso importa?

Entre as imposições dos talibãs às mulheres que voltaram a viger no Afeganistão estão a proibição de saírem de casa desacompanhadas, o veto à educação em escolas e ao trabalho e inúmeros casos de mulheres solteiras ou viúvas forçadas a se casar com combatentes.

Quem não cumpre as regras sofre com as consequências. As punições incluem espancamentos públicos, um antigo meio de repressão dos fundamentalistas.

Para lembrar as afegãs de suas obrigações, os militantes ergueram cartazes em algumas áreas para informar os moradores sobre as regras. Em certas regiões, as lojas estão proibidas de vender mercadorias a mulheres desacompanhadas.

A repressão se estende à educação. O Taleban não só proibiu as mulheres de estudarem como fechou escolas no país. Em certas áreas dominadas pelos extremistas, a educação foi permitida para meninas somente até a quarta série.

Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com

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