Da Redação
O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, disse que a manutenção da democracia na ilha é fundamental para bloquear a expansão da China da região do Indo-Pacífico e, assim, garantir a liberdade global de navegação no Estreito de Taiwan e no Mar do Sul da China. Ele falou na quarta-feira (15) em um fórum online, a uma plateia composta inclusive por ex-autoridades norte-americanas, segundo a agência Reuters. “Ambos (o Estreito de Taiwan e o Mar do Sul da China) são essenciais para a paz e a estabilidade na região do Indo-Pacífico. Mais importante ainda, uma Taiwan democrática serve como fortaleza marítima para bloquear o expansionismo da China no Pacífico mais amplo”, disse Wu, citando o fato de a China considerar Taiwan e Hong Kong como seus territórios. “Não foi precisamente esse irredentismo que deu origem à Segunda Guerra Mundial?”.
O
ministro disse, ainda, que está disposto a formar uma aliança para combater o
autoritarismo chinês de forma geral. “Taiwan aprendeu lições valiosas e
desenvolveu vários meios para enfrentar a ameaça à democracia,
e estamos mais do que dispostos a compartilhar esse conhecimento com outras
democracias”.
Por
que isso importa?
Taiwan
é uma questão
territorial sensível para os chineses. Relações exteriores que tratem
o território como uma nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o
princípio defendido de “Uma Só China“, que também encara Hong Kong como
território chinês.
Diante
da aproximação do governo taiwanês com os Estados Unidos, a China endureceu
sua retórica contra as reivindicações de independência da ilha
autônoma no ano passado.
Embora
não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como a maioria dos
países do mundo, os EUA são o mais importante financiador internacional e
principal fornecedor de armas da ilha, o que causa imenso desgosto a Beijing,
que tem adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação.
Assim, a tensão geopolítica escala com rapidez na região.
Jatos
militares chineses passaram a realizar
exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan, deixando claro
que a China não aceitará a independência do território “sem
uma guerra”.
O embate,
porém, pode não terminar em confronto
militar, e sim em um bloqueio total da ilha. É o que apontaram relatórios
produzidos pelos EUA e por Taiwan em junho, de acordo com o site
norte-americano Business
Insider.
O
documento, lançado pelo governo taiwanês no ano passado, pontua que Beijing não
teria capacidade de lançar uma invasão em grande escala contra a ilha. “Uma
invasão provavelmente sobrecarregaria as forças armadas chinesas”, concordou o
relatório do Pentágono.
Caso
ocorresse, a escalada militar criaria um “risco político e militar
significativo” para Beijing. Ainda assim, ambos os documentos reconhecem que a
China é capaz de bloquear Taiwan com cortes dos tráfegos aéreo e naval e
das redes de informação.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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