A China tem aproveitado a febre
das criptomoedas para colocar em circulação o yuan digital.
O processo de lançamento, que já foi iniciado e deve ser concluído até 2022,
divide opiniões. Um forte opositor da ideia é o investidor norte-americano Kyle
Bass, fundador da Hayman Capital Management. Em entrevista ao site The
Epoch Times, ele fez um alerta para o que considera uma ameaça às
liberdades individuais em todo o mundo. As informações são do site de notícias internacionais A Referência.
“Eu
acredito que seja um cavalo de Tróia digital”,
diz Bass. “Imagine uma moeda que quase tem consciência própria. Sabe onde está,
sabe que está na sua conta, sabe os dados da sua conta, sabe a sua data de
nascimento, o seu número de seguro social, onde você vive… Na verdade, ela
conhece sua tendência de gastos e como você gasta”.
Ferramenta
de repressão
Para
Bass, o yuan digital daria ao Partido
Comunista Chinês (PCC) a arma perfeita para controlar seus opositores
através das finanças. “Não acreditamos que eles possam censurar
pessoas nos Estados Unidos, mas tenho certeza de que, você sabe, eles
podem censurar qualquer pessoa com quem tenham acordos comerciais”, afirma.
O
argumento é o de que, com a moeda digital, a China poderia simplesmente impedir
seus inimigos políticos de fazer determinadas
compras, uma ferramenta eficiente para compelir o portador a não criticar o
governo chinês. “Eles poderiam restringir, eles poderiam me influenciar da
mesma forma que influenciam sua própria população se eles tivessem seus ganchos
em mim o suficiente, se eu tivesse yuan digital suficiente”.
E
essa opinião, de acordo com o investidor, não é exclusiva dele. “Acho que
muitas pessoas nas comunidades de Inteligência e Defesa também estão
preocupadas com quais são as intenções e que tipo de funcionalidade a moeda
digital terá no que diz respeito a seu uso global, a permitir que o Partido
Comunista Chinês projete
seu autoritarismo digital em todo o mundo”.
Reserva
global
Embora
não aposte no yuan digital como futura
moeda de reserva global, o norte-americano entende que basta fazer o dinheiro
chinês se tornar relevante nas transações globais para se tornar perigoso.
Hoje, 88% das interações comerciais globais são em dólar, com o euro e o yen
japonês a seguir.
“Apenas
1,8% do PIB global se estabelece hoje no yuan, de uma perspectiva internacional.
E isso é principalmente com Hong Kong. Para todos os efeitos, eles não têm uma
presença no globo no que diz respeito à moeda. Sua moeda está toda entre eles”,
diz Bass, referindo-se ao fato de que Hong Kong é um território chinês.
Porém,
ele entende que Beijing nem precisa derrubar o dólar e dominar as transações
globais. Basta aumentar sua participação. “Se passasse de zero para 15%, isso
seria um problema”, diz ele, citando a possibilidade de influenciar gente
poderosa, como políticos e militares ocidentais. “Se eles conseguissem colocar
nas mãos das pessoas que realmente querem influenciar, seria um grande
problema”.
A
solução proposta por Bass, ao menos no que tange aos EUA, é incisiva: “Acho que
devemos proibir a moeda e não permitir que nada disso seja manuseado nos Estados
Unidos“.
Para
ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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