ASIA E PACÍFICO: Investidor alerta para a ameaça da moeda digital chinesa: “É um cavalo de Troia”

 

Notas de yuan e dólar, novembro de 2019 (Foto: Divulgação/Unsplash/ Eric Prouzet)
Da   Redação

China tem aproveitado a febre das criptomoedas para colocar em circulação o yuan digital. O processo de lançamento, que já foi iniciado e deve ser concluído até 2022, divide opiniões. Um forte opositor da ideia é o investidor norte-americano Kyle Bass, fundador da Hayman Capital Management. Em entrevista ao site The Epoch Times, ele fez um alerta para o que considera uma ameaça às liberdades individuais em todo o mundo. As informações são do site de notícias internacionais A Referência.

“Eu acredito que seja um cavalo de Tróia digital”, diz Bass. “Imagine uma moeda que quase tem consciência própria. Sabe onde está, sabe que está na sua conta, sabe os dados da sua conta, sabe a sua data de nascimento, o seu número de seguro social, onde você vive… Na verdade, ela conhece sua tendência de gastos e como você gasta”.

Ferramenta de repressão

Para Bass, o yuan digital daria ao Partido Comunista Chinês (PCC) a arma perfeita para controlar seus opositores através das finanças. “Não acreditamos que eles possam censurar pessoas nos Estados Unidos, mas tenho certeza de que, você sabe, eles podem censurar qualquer pessoa com quem tenham acordos comerciais”, afirma.

O argumento é o de que, com a moeda digital, a China poderia simplesmente impedir seus inimigos políticos de fazer determinadas compras, uma ferramenta eficiente para compelir o portador a não criticar o governo chinês. “Eles poderiam restringir, eles poderiam me influenciar da mesma forma que influenciam sua própria população se eles tivessem seus ganchos em mim o suficiente, se eu tivesse yuan digital suficiente”.

E essa opinião, de acordo com o investidor, não é exclusiva dele. “Acho que muitas pessoas nas comunidades de Inteligência e Defesa também estão preocupadas com quais são as intenções e que tipo de funcionalidade a moeda digital terá no que diz respeito a seu uso global, a permitir que o Partido Comunista Chinês projete seu autoritarismo digital em todo o mundo”.

Reserva global

Embora não aposte no yuan digital como futura moeda de reserva global, o norte-americano entende que basta fazer o dinheiro chinês se tornar relevante nas transações globais para se tornar perigoso. Hoje, 88% das interações comerciais globais são em dólar, com o euro e o yen japonês a seguir.

Apenas 1,8% do PIB global se estabelece hoje no yuan, de uma perspectiva internacional. E isso é principalmente com Hong Kong. Para todos os efeitos, eles não têm uma presença no globo no que diz respeito à moeda. Sua moeda está toda entre eles”, diz Bass, referindo-se ao fato de que Hong Kong é um território chinês.

Porém, ele entende que Beijing nem precisa derrubar o dólar e dominar as transações globais. Basta aumentar sua participação. “Se passasse de zero para 15%, isso seria um problema”, diz ele, citando a possibilidade de influenciar gente poderosa, como políticos e militares ocidentais. “Se eles conseguissem colocar nas mãos das pessoas que realmente querem influenciar, seria um grande problema”.

A solução proposta por Bass, ao menos no que tange aos EUA, é incisiva: “Acho que devemos proibir a moeda e não permitir que nada disso seja manuseado nos Estados Unidos“.


 

 

 

 

Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com

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