Da
Redação
Por: Taciano Medrado
Os
vírus usam técnicas diferentes para continuar infectando as pessoas.
E
o caso da covid-19 não é exceção. As versões atuais da doença estão se
espalhando muito mais facilmente do que a original, que surgiu
na cidade chinesa de Wuhan no fim de 2019.
O
fenômeno é parcialmente explicado pelo surgimento das variantes novas, que,
aprimoradas, se tornam difíceis de conter.
A
mais recente variante que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a
emitir um alerta é a lambda. Ela foi encontrada pela primeira vez em
agosto de 2020 no Peru. Na ocasião, foi batizada de C.37 ou "variante
andina".
Na
terça-feira (15/06), a OMS declarou que essa nova versão do vírus deve ser
considerada "de interesse", categoria em que se encontram outras seis
mutações da Sars-CoV-2 e que, ao confirmar sua transmissão comunitária, deve
ser devidamente investigada por cientistas para medir seu impacto,
principalmente na América do Sul.
A
OMS divide as variantes em dois tipos: as de "interesse", mencionadas
acima, e as de "preocupação".
Há
atualmente quatro nessa segunda categoria: a
alfa (a variante britânica), a delta (indiana) e a gama (brasileira pu P.1).
As
de "preocupação" geralmente são mais transmissíveis e violentas e,
por isso, são menos suscetíveis a medidas sociais, vacinas e outros tratamentos
disponíveis.
Mas
quais são as principais características da variante lambda? Devemos nos
preocupar com ela?
Presença
na América do Sul
De
acordo com o último relatório da OMS, a lambda está associada a "taxas
substanciais de transmissão comunitária em vários países", incluindo Peru,
Chile, Argentina e Equador.
Após
monitoramento, a OMS concluiu que esta variante carrega uma série de mutações
que podem ter "implicações fenotípicas", como um possível
"aumento da transmissibilidade" ou "resistência a anticorpos
neutralizantes".
De
acordo com o GISAID, site que coleta dados sobre coronavírus e influenza, até
15 de junho essa variante estava presente em pelo menos 29 países no mundo, com
grande presença na América do Sul.
No
Chile, por exemplo, houve forte crescimento da variante lambda, que hoje
representa 32% dos casos sequenciados notificados nos últimos 60 dias, segundo
a OMS.
Isso
quer dizer que a lambda está circulando a taxas semelhantes às da variante gama
brasileira (33%) e bem acima da alfa britânica(4%).
O
Chile não conseguiu diminuir suas altas taxas de contágio. Os hospitais
continuam à beira do colapso, apesar do rápido avanço da vacinação, com mais de
9 milhões de pessoas inoculadas com duas doses — quase metade da população do
país.
No
caso do Peru, o relatório da OMS garante que as autoridades nacionais
informaram que, desde abril deste ano, 81% de seus casos de covid-19 estão
associados a essa nova variante. O Peru também foi duramente atingido pela
covid-19, tornando-se o país com a maior taxa de mortalidade do mundo no fim de
maio.
Já
a Argentina "relatou uma prevalência crescente da lambda desde a terceira
semana de fevereiro de 2021, e entre 2 de abril e 19 de maio de 2021, a
variante representou 37% dos casos sequenciados de covid-19", diz o
relatório da OMS.
Essa
situação preocupa os cientistas latino-americanos porque a região tem
enfrentado sérios problemas para superar a pandemia, acumulando mais de 1
milhão de mortes. Hospitais sobrecarregados, juntamente com um atraso no
processo de vacinação em muitos países, tornaram particularmente difícil conter
a covid-19.
Comunicabilidade
e sintomas
O
médico em microbiologia molecular e coordenador do Laboratório de Genômica
Microbiana do Peru, Pablo Tsukayama, está por trás das pesquisas que
identificaram a nova linhagem do SARS-CoV-2.
Em
entrevista à BBC News Mundo (serviço de notícias em espanhol da BBC), ele
afirma que ainda há muitas questões a serem resolvidas em relação à lambda, mas
que, possivelmente, essa varinte tem uma transmissibilidade maior.
"Ela
provavelmente é mais transmissível, porque é a única forma de explicar seu
rápido crescimento. No Chile e no Peru, ela continua avançando fortemente,
enquanto na província de Buenos Aires já representa mais de 40% dos
casos", afirma.
"E
o simples fato de serem mais transmissíveis se traduz em mais internações e
mortes", acrescenta.
Essa
situação preocupa os cientistas latino-americanos porque a região tem
enfrentado sérios problemas para superar a pandemia, acumulando mais de 1
milhão de mortes. Hospitais sobrecarregados, juntamente com um atraso no
processo de vacinação em muitos países, tornaram particularmente difícil conter
a covid-19.
Para ler mais acesse,
www: professortacianomedrado.com
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