PROCESSO A VISTA : Nise Yamaguchi processa Otto Alencar por 'misoginia e humilhação' na CPI da Pandemia

             Otto Alencar                   Nise                                   Omar Aziz

Da: Redação

A médica oncologista Nise Yamaguchi processou os senadores Otto Alencar e Omar Aziz, membro e presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Ela afirma que foi vítima de misoginia e humilhação por parte do baiano, com anuência de Omar, que não intercedeu a seu favor, sendo "cúmplice e corresponsável pelos abusos". Com isso, a médica pede indenização de R$ 360 mil.

Segundo o Congresso em Foco, ao comparar a oitiva da oncologista na CPI com a audiência judicial da influenciadora digital Mariana Ferrer, que foi humilhada pelo advogado do homem acusado por ela de estupro, o defensor de Nise diz na ação que os senadores fizeram "manterrupting", prática que consiste na interrupção constante de uma mulher por um homem, abusaram do direito da imunidade parlamentar e "perpetraram um verdadeiro massacre moral", tendo agido "intencionalmente com morbo e com deliberada crueldade no escopo de destruir a imagem da médica perante toda a sociedade brasileira". Diante disso, a população "viu um ser humano ter destroçada a sua dignidade enquanto médica, cientista e mulher".

Procurada pelo Bahia Notícias, a assessoria de comunicação do senador Otto Alencar (PSD) enviou uma nota, em que ele afirma ainda não ter sido notificado da ação e ressalta que a Constituição Federal, no artigo 53, garante aos parlamentares o direito a manifestações, opiniões e votos no exercício de suas funções públicas.

Em sua defesa, Otto aponta que se referiu a Nise com respeito, tratando ela como "doutora", "senhora" e "Vossa Senhoria".

"Quanto à pergunta sobre vírus e protozoário, a médica não soube responder a indagação. O questionamento foi feito com o objetivo de indicar, como atestam cientistas e especialistas na área de saúde, que nenhuma medicação evita a contaminação pelo coronavírus e que o tratamento precoce, defendido por Nise Yamaguchi, não funciona e não é recomendado", ressaltou.

Esse foi justamente o trecho de maior repercussão, quando ele questionou a ela a diferença entre um vírus e um protozoário. Apontada como membro de um suposto "gabinete paralelo" ao Ministério da Saúde, que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Nise respondeu e foi interrompida por Otto.

No Twitter, o baiano acrescentou ainda que a CPI começa a identificar pagamentos feitos com dinheiro vivo a pessoas ligadas ao governo federal. “No caso de Nise Yamaguchi, 8 passagens aéreas para deslocamento até Brasília foram pagas desta forma, o que poderá levar à CPI a ouvir a médica novamente”, adiantou.

O Congresso em Foco falou também com Omar Aziz, que recomendou à doutora que lesse a nota divulgada pela CPI no domingo (20). Ele se refere ao texto em solidariedade à marca de 500 mil mortes por Covid-19, alcançada pelo Brasil no sábado (19).

"Espero que lhe sirva para uma reflexão profunda sobre as consequências das atitudes que ela assumiu. Ao invés de processar a nós, que estamos trabalhando para salvar vidas, ela bem poderia processar na própria consciência a participação que teve na imensa tragédia que se abate sobre o povo brasileiro", afirmou. Ele critica a defesa à cloroquina, medicamento sem eficácia contra a Covid-19, mas apoiado e disseminado por Nise como parte do tratamento à doença.


Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com

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