Da Redação
Por: Prof. Taciano Medrado
O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vistas e paralisou o julgamento de suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no âmbito dos processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Operação Lava Jato. O julgamento estava com o placar de 2 a 1 para não declarar o magistrado suspeito.
Ainda em dezembro de 2018, Edson Fachin e Cármen Lúcia votaram contra a suspeição de Moro. Nesta terça-feira (9), Gilmar Mendes votou favorável à declarar o ex-magistrado suspeito nos processos contra Lula, abrindo a divergência na 2ª Turma do STF.
"É relevantíssimo o combate à corrupção, mas ele há de ser feito nos moldes e dentro dos ditames legais. Não se combate crime cometendo crime. É preciso que o sistema acusatório seja integralmente preservado”, criticou Mendes.
“A partir da revelação desses fatos, independentemente da nossa decisão, nós vamos ter que fazer uma profunda reforma da Justiça Criminal, desses modelos de investigação e do papel do próprio Ministério Público. Porque ou fazemos isso ou instalamos um sistema totalitário", continuou Gilmar.
“Não se pode permitir fazer política por meio da persecução criminal”, disparou.
Após um intervalo pedido por Cármen Lúcia, Nunes Marques pediu vistas e suspendeu o julgamento.
POSSÍVEL MUDANÇA
Depois que Kassio Nunes Marques pediu vistas do processo, paralisando o julgamento de suspeição, Cármen Lúcia afirmou estar com um voto escrito para fazer. A fala da ministra levantou a possibilidade de que ela mude seu entendimento, declarado em dezembro de 2018, para votar a favor da suspeição.
Segundo analistas, o ministro Ricardo Lewandowski também tende a ser favorável a declarar o ex-juiz Sérgio Moro como suspeito no âmbito dos processos contra o ex-presidente Lula.
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