Partido de maior bancada da Câmara, com 54 deputados, o PT vive uma
divisão interna, cada dia mais acirrada, para definir o seu caminho na eleição
da presidência da Casa. Uma ala tem, inclusive, defendido o apoio a Arthur Lira
(PP-AL), líder do centrão e candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Na sexta-feira, o racha ficou explícito em reunião da executiva da
legenda com parlamentares. Além dos defensores de Lira, há um grupo a favor do
lançamento de uma candidatura própria dos partidos de oposição. Outra parte
luta por uma adesão ao nome indicado pelo atual presidente, Rodrigo Maia
(DEM-RJ).
Diante do impasse, o PT não tomou posição e decidiu apenas divulgar uma
nota em que se compromete a lutar para buscar uma atuação em bloco com as
outras legendas
A ala defensora da candidatura própria queria incluir na nota que o
objetivo do PT na eleição da Câmara deva ser “derrotar Bolsonaro”, mas houve
objeção dos apoiadores de Lira, e o tema nem chegou a ser votado.
— O Lira é o candidato do centrão. O centrão tem um acordo com o
Bolsonaro. Pode ter um acordo com a gente também, diz Washington Quaquá, um dos
vice-presidentes do PT e integrante da comissão que acompanha as discussões
sobre a eleição na Câmara.
Quaquá acrescenta que o PT deve apoiar o candidato que “abrir mais
espaço de participação e tiver compromisso com uma pauta democrática”.
— Não tenho nenhum problema com o Lira, pelo contrário. Para falar a
verdade, acho que ele pode ter mais condições de avançar na pauta democrática.
Na visão defendida pelo dirigente, o país vive hoje uma “democracia
capenga”. Indagado se o acordo com Lira envolveria o combate ao “lavajatismo” e
a defesa de mudanças na Lei da Ficha Limpa, o vice-presidente do PT respondeu:
— O fato de o maior partido brasileiro não ter conseguido lançar o seu
candidato a presidente da República macula a democracia. (…) O acordo no
Parlamento tem que passar pela reestruturação da democracia.
Em 2018, o ex-presidente Lula foi impedido de disputar a eleição por
causa da Lei da Ficha Limpa em razão de sua condenação em segunda instância no
caso do tríplex do Guarujá.
Outros petistas, tanto contrários quanto favoráveis à aliança com Lira,
descartam a possibilidade de um acordo sobre a mudança na Lei da Ficha Limpa
entrar nas negociações porque esse seria um compromisso que o deputado do PP,
caso eleito, não teria como cumprir, diante da oposição da opinião pública. No
domingo, o parlamentar negou no Twitter que esteja tratando de alterações na
lei.
Com informações do O Globo
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