Da: Redação
Prof.Taciano Medrado
Prof.Taciano Medrado
Em Recife, disputa entre o PT e o PSB, incentivada pelo ex-presidente,
deve provocar um racha definitivo entre os dois partidos.
“O próprio PT fez de tudo para jogar o resto da esquerda para uma
eventual aliança com Ciro Gomes em 2022. Lula não engoliu a neutralidade do PSB
em 2018. Ele achava que o partido tinha que aderir à campanha do Fernando
Haddad. Mas a legenda fez o que pode, porque estava dividida. E o PSB só se
declarou neutro por força da seção de Pernambuco, que hoje é atacado pelo PT.
Não fosse por Pernambuco, o PSB teria indicado o vice de Ciro”, lembra um
parlamentar petista que pede para não ser identificado.
Carlos Siqueira, presidente do PSB, vai na mesma linha. “A esquerda não
se uniu este ano porque o PT, sempre querendo ser hegemônico, não quis compor.
A responsabilidade é deles. Agora vamos avaliar direito o resultado das
urnas para poder começar a pensar em 2022″, afirma. PSB e PDT se uniram nas
capitais e nas grandes cidades nas eleições municipais. Separadamente, ambos os
partidos ficaram, no primeiro turno, à frente do PT em número de prefeituras,
conquistando respectivamente, 311 e 250 cidades – em grande parte delas um
tinha ao outro como vice.
O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, e defensor da permanência
da aliança entre os partidos, alertou o ex-presidente Lula num encontro em
março em São Paulo para o risco de a candidatura própria em Recife implodir –
como está implodindo – as relações do PT com o restante da esquerda.
De acordo com o parlamentar, a candidatura da deputada tinha mais a ver
com o projeto pessoal dela de humilhar o PSB, partido do qual teve de sair por
se sentir preterida por Eduardo Campos, de quem era prima de primeiro grau, do
que com alguma ambição para comandar a cidade. Lula deu de ombros. Recentemente,
o ex-presidente dobrou a aposta, prometendo ir pessoalmente a Recife para
comemorar a vitória de Marília.
Ciro e Marina Silva, da Rede, que também
guardam mágoa do PT, embarcaram na campanha de João Campos. Dentro e fora do PT
atribuiu-se como equivocada a estratégia do PT de lançar candidatura em todas
as capitais em vez de se unir a outras legendas de esquerda. No primeiro turno,
a taxa de sucesso foi de 15%.
Com informações do jornal A Tarde
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