Da redação
Prof. Taciano Medrado
A Fiocruz (Fundação
Oswaldo Cruz) prevê que as primeiras doses da vacina da Universidade de Oxford
contra a Covid-19 devem ser aplicadas no Brasil até março de 2021. A afirmação
foi feita nesta segunda-feira (2) pela presidente da fundação, Nísia Trindade Lima.
Segundo Lima, a
expectativa é que a produção seja iniciada pela Fiocruz em janeiro ou
fevereiro: "Todo trabalho [será] acompanhado pela Anvisa. Assim, temos
toda a esperança que possamos ter no primeiro trimestre de 2021 esse processo
de imunização", afirmou após ato pelo Dia de Finados no Cemitério da
Penitência, no Rio de Janeiro.
Em setembro, a Fiocruz
assinou contrato de encomenda tecnológica com a farmacêutica AstraZeneca para
produzir 100 milhões de doses da vacina desenvolvida em Oxford, principal
aposta do presidente Jair Bolsonaro.
A AstraZeneca detém os
direitos de produção, distribuição e comercialização da vacina. O governo
federal abriu crédito extraordinário de R$ 1,9 bilhão para viabilizar a
produção e a aquisição das doses do imunizante pela Fiocruz.
Como mostrou a Folha de
S.Paulo, 15 milhões de doses do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) da vacina
de Oxford, fabricado na China, serão encaminhadas ao Brasil em dezembro para
dar início à produção das primeiras doses da vacina em território nacional.
Em setembro, a fase 3 da
testagem da vacina havia sido interrompida temporariamente em todo o mundo,
após a identificação de uma doença neurológica grave, chamada mielite
transversa, em uma voluntária no Reino Unido. Os testes foram retomados após a
constatação de que a doença não tinha relação com a vacina
Ao final de outubro, um
voluntário do ensaio da AstraZeneca no Brasil morreu após complicações de
Covid-19. Após análise dos dados, no entanto, a Anvisa constatou que o paciente
estava no chamado grupo de controle e não tomara a vacina.
A chamada vacina de
Oxford, em fase avançada, é uma das principais apostas para a imunização no
Brasil. Também está na última fase de testes o imunizante Coronavac, em
desenvolvimento pela empresa chinesa Sinovac, que será produzido no país pelo
Instituto Butantan, em São Paulo.
O presidente Jair
Bolsonaro tem feito declarações contra o que chama de "vacina
chinesa" de João Doria (PSDB), governador de São Paulo visto como
potencial adversário nas eleições presidenciais de 2022. Bolsonaro também tem
defendido que a imunização não seja obrigatória.
Um dia após o Ministério
da Saúde anunciar acordo para comprar 46 milhões de doses da Coronavac,
Bolsonaro disse que a aquisição de vacinas pelo governo está descartada até que
haja comprovação de eficácia.
Diante do recuo e das
afirmações do presidente, governadores buscam uma saída pelo Legislativo para
garantir que o governo federal tenha de comprar vacinas validadas pela Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sejam quais forem.
Com cartazes contra o
governador de São Paulo, João Doria, um grupo de bolsonaristas protestou neste
domingo (1º) na capital paulista contra a obrigatoriedade da vacina de
coronavírus, apelidada por alguns de "vachina".
"Meu corpo me
pertence", "Go Trump", "Fora Doria e Vachina" e
"Doria, não sou cobaia" eram algumas das frases estampadas nos
cartazes. A vacina foi chamada no carro de som de "experimento
socialista". Muitos manifestantes também não usavam máscara --item de
proteção obrigatório durante a pandemia.
Com informações da Folha Press
Para ler outras
matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
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