Economia
O ex-chanceler durante os dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, destaca que a vice de Biden, Kamala Harris, é mulher, negra e ativista dos direitos humanos. Amorim avalia que haverá uma “relação mais conflituosa” no que tange às questões ambientais e de direitos humanos e que isso poderá aprofundar o isolamento político e ideológico do Brasil, porém não acredita que afete as relações econômicas.
“O Brasil é um país muito grande, que ninguém vai querer ignorar como mercado, embora tenha descido o interesse no país por temores políticos, questões ambientais e de direitos humanos. Mas ninguém vai isolar totalmente, porque o Brasil é grande demais”, pondera Amorim.
O professor de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ecio Costa pontua que Biden, como é de praxe entre os democratas, deve investir no multilateralismo, o que pode ser benéfico para o Brasil. O economista avalia também que o Brasil deve manter a adoção da tecnologia norte-americana em relação ao 5G, o que é bom para os Estados Unidos.
No geral, Costa não acredita numa grande mudança. “Os Estados Unidos não têm o Brasil nos principais parceiros comerciais. Têm, na realidade, como concorrente para alguns segmentos, principalmente do agronegócio exportador, como soja, frango e proteína bovina”, ressalta.
A tese de que democratas são mais protecionistas e republicanos tendem ao livre mercado ruiu com Trump. “Não creio que Biden será pior do que Trump nesse sentido, embora possa exigir que o Brasil tenha uma política ambiental de verdade como condição para avançar em acordos bilaterais e ter apoio norte-americano em temas de nossos interesses. Mas isso também é do nosso interesse”, disse o senador José Serra, primeiro chanceler no governo Temer.
Migração
A comunidade brasileira nos Estados Unidos é composta por cerca de 1,4 milhão de pessoas, segundo estimativa do Itamaraty. Não há estimativa de ilegais. Biden, contudo, prometeu uma reforma migratória com foco nos “dreamers” [sonhadores, em inglês, que representa os filhos de imigrantes ilegais que chegaram ao país ainda crianças]
Serra pondera, todavia, que essa reforma não vai significar abolir vistos ou controle de fronteiras. “Acredito que haverá alguns ajustes e, sobretudo, maior tolerância para casos como pessoas que buscam asilo, inclusive evitando a política abusiva que Trump implementou, separando filhos pequenos dos pais que ingressavam pela fronteira mexicana”, reflete.
Nunes acrescentou que os democratas não são necessariamente acolhedores, mas “a uma atmosfera xenófoba que domina a atmosfera em que vivem os estrangeiros irregulares nos Estados Unidos” deve mudar, o que é positivo.
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