OPERAÇÃO FAROESTE: DESEMBARGORA ENTREGA EM DELAÇÃO NOMES DE JUÍZES, DESEMBARGADORES, FILHOS E PARENTES DE AUTORIDADES DA BAHIA


foto reprodução Correio

Da:  Redação
Prof. Taciano Medrado

A história que caiu no WhatsApp parece que irá se confirmar. A Operação Faroeste ganha um novo capítulo diante da proposta de delação premiada da desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Sandra Inês Moraes Ruscolleli, e do filho dela, o advogado Vasco Ruscolleli. Segundo a coluna Carrasco do jornal A Tarde, os depoimentos irão mexer ainda mais no vespeiro do esquema de corrupção de venda de decisões judiciais.

A publicação diz que vem por aí na lista dos nomes citados, juízes, desembargadores, filhos e parentes de autoridades, advogados conhecidos na Bahia, empresas e funcionários da Justiça. Em delação realizada em julho deste ano, Vasco Rusciolelli citou o nome de 12 outros desembargadores supostamente envolvidos no esquema criminoso.

Após o vazamento sobre a delação, os bastidores do judiciário estremeceram e ninguém mais prega o olho. Já corre a informação que além das denúncias de grilagem e crime organizado, há também pistas sobre incêndios provocados que fazem parte da pirotecnia que compõe o escândalo do Oeste.

Também entrou no radar da PF e da PGR, um vai-e-vem de decisões judiciais na Presidência do Tribunal de Justiça da Bahia durante as gestões de Maria do Socorro Barreto Santiago e Gesivaldo Brito. A pendenga gira em torno de uma sentença na qual a primeira instância assegurou à família de um renomado médico recentemente falecido o direito de compensar – e de ceder indistintamente a terceiros essa compensação – mais de R$ 52 milhões de reais junto ao Município de Salvador. A Procuradoria bateu às portas da Presidência do TJ-BA, tendo a desembargadora Maria do Socorro cassado a sentença por entender que a medida representaria lesão à economia municipal. O caso estava parado, até que, segundo a coluna do jornal A Tarde, o desembargador Gesivaldo Brito reconsiderou o ato de Socorro e restabeleceu a sentença de primeira instância.

Ainda de acordo com a coluna Carrasco, a bomba só não explodiu no colo da prefeitura porque o Superior Tribunal de Justiça, talvez percebendo que as decisões foram tomadas por três investigados da Faroeste, resolveu dar uma brecada nesse absurdo.
Delação bomba

A se confirmar a delação da dupla Sandra/Vasco, há quem comente que o patrocínio jurídico da colaboração tenha sido feito por dois advogados de renome, mas que deixaram a causa apenas no papel e largaram o mandú com colegas do próprio escritório, já que perderiam as mínimas condições de continuar advogando no estado, tamanho o enredo fantasioso narrado por causídicos que, segundo corre na boca miúda, não possuem credibilidade alguma.

Boa parte dos magistrados e advogados citados, a que se julga séria, promete ir para o contra-ataque e contar os malfeitos de Sandrinha – e não são poucos – que foram omitidos do PGR. Tentativa de extorsão, inclusive de prefeitos municipais, e lobby junto a uma fraterna integrante da alta cúpula do Ministério Público Estadual seriam coisa pequena perto do rosário de malfeitos que foram sonegados na delação. Uma outra parte dos citados “injustamente” acusam os defensores da dupla de tentativa de coação para que seus nomes fossem “excluídos”. A guerra promete.


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