foto reprodução internet
Da: Redação
Prof.
Taciano Medrado
Segundo matéria publicada pelo Bahia Noticias na edição dessa terça-feira(25) o líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), pode
ter beneficiado o grupo Wilson Sons em projeto de R$ 131 milhões do porto de
Salvador. A empresa é a fundadora da Tecon Salvador, responsável pela
administração do porto.
Essa informação é baseada em relatório da Polícia Federal, que indica
que Bezerra levou o empresário Marcos Vinícius Borin, da Constremac Construções,
para duas reuniões com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Borin é
investigado pela corporação, sob suspeita de ter pago R$ 2 milhões em propina
ao senador.
Segundo informações do jornal O Globo, em um despacho realizado em julho
passado, a delegada Andréa Pinho Albuquerque da Cunha disse que Bezerra usava
sua influência em prol do empresário investigado no "alto escalão do
governo federal", a fim de “conseguir audiência com outros políticos de
alto escalão do governo federal visando satisfazer interesse daquele [Borin]”.
Os investigadores tiveram acesso a e-mails e mensagens trocadas pelo
gabinete de Bezerra que apontam a relação com o empresário. Um registro do dia
27 de junho do ano passado mostra que uma funcionário do gabinete do senador
enviou e-mail ao Ministério da Infraestrutura (Minfra), solicitando a reunião.
“Senador Fernando Bezerra Coelho (líder do governo no Senado) solicita
audiência com ministro de Estado da Infraestrutura, Sr. Tarcísio Gomes Freitas,
para o dia 01/07”, dizia a mensagem.
No mesmo dia, Borin enviou uma mensagem para uma funcionária do gabinete
questionando sobre o encontro. “Há um pedido de agenda urgente com o Ministro
de Infra. Acho que é vc que tá vendo neh? Qquer coisa me avise. Bjs. Obrigado por
tudo”, disse na ocasião. Em resposta, a servidora afirmou que a reunião havia
sido marcada e, na tarde do dia previsto, o gabinete de Bezerra enviou novo
e-mail ao ministério informando que ele compareceria à reunião na companhia de
Borin e dois empresários da Wilson Sons, empresa que é dona de um estaleiro
construído pela Constremac e contrata a empreiteira para realizar obras e
serviços.
Um dia depois, o Fundo da Marinha Mercante, que é subordinado ao Minfra,
publicou uma resolução com projetos prioritários para receber apoio financeiro
e incluiu um projeto de R$ 131 milhões da Wilson Sons, no terminal de
contêineres de Salvadir (Tecon Salvador). Na sequência, Bezerra levou Borin
para outra reunião com Tarcísio de Freitas em 14 de agosto de 2019. De acordo
com a delegada, “o relacionamento criminoso de Marcos Vinícius Borin e Fernando
Bezerra de Souza Coelho permanece até os dias atuais”.
Por outro lado, a PF não viu indícios de crime no ministro da
Infraestrutura. “Por óbvio, não se está a afirmar que houve alguma tentativa
ilícita em tal encontro, mas sim que o senador Fernando Bezerra continua a
utilizar a sua influência política em prol de Marcos Borin, que, segundo consta
dos autos, efetuou o pagamento de vantagem indevida ao parlamentar”, diz o relatório
obtido pelo jornal.
De acordo com a publicação, Borin assumiu obras do Ministério da
Integração Nacional quando Bezerra comandava a pasta, entre 2011 e 2013, e
teria pago propina ao então ministro em troca dos contratos que tinha com o
governo. Além disso, em delação premiada, o operador financeiro João Carlos
Lyra disse ter recebido, em 2013, cerca de R$ 2 milhões da empresa de Borin. O
montante seria destinado a Bezerra.
Procurado pelo jornal, o Ministério da Infraestrutura disse que a
primeira reunião ocorreu para discutir "Obras em Petrolina e terminal
portuário Wilson Sons, em Salvador". Já a segunda foi sobre duas rodovias
federais. A pasta ressalta que ainda não tem contratos com a Constremac e que
não discute “sob nenhuma hipótese qualquer possibilidade de favorecimento a
entes privados, bem como demandas que não estejam em pleno acordo com os
princípios da lisura e legalidade”. Eles afirmam também que os processos precisam
chegar 60 dias antes da reunião do conselho diretor para ser avaliados e,
eventualmente, aprovados pelo Fundo da Marinha Mercante. Dessa forma, a reunião
não teria relação com a aprovação publicada um dia depois.
A defesa de Bezerra, que nega ter recebido propina, diz que “os assuntos
tratados não possuem conteúdo ilícito ou relação com os fatos investigados”. Já
a defesa de Borin também informa que ele esteve na reunião para discutir uma
obra privada em um porto da Bahia e diz que a acusação de pagamento de propina não tem respaldo na
investigação.
Para ler outras matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
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