Foto reprodução internet
Da: Redação
Prof.
Taciano Medrado
Prezado(a)s
Leitore(a)s,
Nome da base de Rui Costa (PT) mais bem posicionado nas pesquisas de
intenção de voto para prefeitura de Salvador, o deputado federal Pastor
Sargento Isidório não recebe no grupo político do governador prestígio
proporcional ao seu desempenho, que deixa em alerta até o entorno de Bruno
Reis, pré-candidato do prefeito ACM Neto (DEM) nas eleições de novembro. Mesmo
com os reiterados pedidos e queixas, o parlamentar se vê sem vice e sinalização
de uma aliança partidária que lhe dê tempo de TV suficiente para fazer
campanha, principalmente em tempos nos quais a pandemia limita
o corpo a corpo com os eleitores. E a explicação para isso, na visão de
Isidório, é apenas uma: ele tem sofrido boicote.
De quem, o presidente da Fundação Dr. Jesus, que cuida da reabilitação
de dependentes químicos, não sabe dizer. Mas o parlamentar afirma ser sabotado
por figuras políticas que não gostariam de vê-lo com tempo de TV maior para
mostrar uma faceta diferente daquela que a população se acostumou a ver.
“Existe isso [boicote]. Tira o tempo de Isidório pra Isidório não falar.
É interessante que as pessoas não possam conhecer o Isidório pai de família, o
Isidório gestor, que cuida das pessoas, que tem um projeto. Bote pra ele só
cantar, dançar, fazer piada. Deixe ele como Enéas”, desabafa ao Bahia Notícias
um descontente Isidório.
Na avaliação do parlamentar, há um receio por figuras tarimbadas da
política de que uma nova roupagem para a imagem do “Doido”, como ele mesmo se
denomina, pudesse ameaçar a eleição de outros nomes.
“Eu não tenho dúvidas de que, nas coisas altas, não sei dizer quem, tem
um interesse de alguém que não pode perder eleição, a liderança política. Tem
um interesse principalmente que esse povo do empresariado, da classe A e B, não
me conheça, de me deixar apenas com o meu público, as pessoas mais carentes.
Mas, a qualquer momento, esse povo mais rico vai me conhecer e vai perceber que
existe um boicote”, enfatiza o pré-candidato ao Executivo
Municipal.
Questionado se tem se sentido desamparado por Rui Costa, Isidório
pondera que o governador tenta organizar os partidos da base para a eleição. No
entanto, duas declarações dadas por ele durante a entrevista podem sinalizar,
nas entrelinhas, como o parlamentar tem encarado o processo.
Em um momento, Isidório diz que os eleitores percebem quando o candidato
tem sido “deixado de lado” e não recebe condições “isonômicas” de disputar o
pleito.
“O povo não é besta. Ele sabe quando você pode ter sido boicotado,
deixado de lado. Quem tá amparado com necessidade básica e quem tá paupérrimo,
sem condições pra ser candidato.”
Em outro momento, afirma que, em 2016, quando também concorreu à
prefeitura, foi deixado “abandonado no navio” e que está acostumado a este
cenário de campanha.
“Em 2016, também fui chamado pelo governador para ser candidato e fui
pré-candidato. Na hora da eleição, todo mundo apoiou Alice [Portugal, candidata
à prefeitura pelo PCdoB, com o PT na vice], e eu fiquei sozinho, fazendo
campanha em cima de uma caminhonete, sozinho, com Deus e o povo [...] Já
tivemos uma eleição onde fui abandonado no navio.”
Caso não tenha tempo de TV suficiente, Isidório acredita que precisará
apostar de novo no personagem folclórico que o tornou conhecido, como forma de
dar visibilidade à sua candidatura.
“Eu não sei com que sapato, com que estrutura vou concorrer. Se eu não
tiver tempo de televisão, teremos que fazer todo o trabalho de inteligência, de
comunicação para as pessoas saberem que a candidatura está mantida. Vai ter que
dançar de novo, ter que estar com a Bíblia na mão pra fazer esforço de
comunicação.”
A falta de definição sobre a estratégia eleitoral da base do governador
não é alvo de reclamação apenas de Isidório e tornou-se fonte de preocupação
dos partidos. Atualmente, o grupo encontra-se fragmentado, sendo que seis
legendas apresentaram seus próprios pré-candidatos. Além do Avante, que
concorrerá com Isidório, também possuem nomes na disputa o PCdoB (Olívia
Santana), o Podemos (Bacelar), PSD (Eleuza Coronel), PSB (Lídice da Mata) e o
PT (Major Denice). No caso desta última, Rui tem se empenhado pessoalmente, já
que o lançamento de Denice na vida política foi obra do próprio petista. Mas a
dedicação tem gerado ciumeira porque as outras siglas têm se sentido
desamparadas. Nenhuma delas, entretanto, tem um candidato bem posicionado nas
pesquisas como Isidório, nem mesmo o PT - a policial militar licenciada ainda
patina nos levantamentos de intenção de voto.
VICE
Ainda sem indicação do governador Rui Costa de quem estará na sua vice,
o deputado não descarta concorrer com uma chapa puro-sangue, quando os
candidatos a prefeito e vice são do mesmo partido - no caso de Isidório, o
Avante.
No entanto, como noticiou o Bahia Notícias, o petista sugeriu ao
pré-candidato ter como vice o ex-candidato ao Senado pela Bahia nas eleições de
2018, Irmão Lázaro (PL), possibilidade que lhe agradou. Por outro lado,
Isidório diz “sonhar” fazer composição com o PSD, presidido no estado pelo
senador Otto Alencar. O partido, entretanto, lançou a pré-candidatura de Eleusa
Coronel, mulher do senador Angelo Coronel (PSD). Mas, diante do desejo de ter
um vice de outro partido, ampliando seu tempo de TV, Isidório não faz distinção
de nomes.
“Todo mundo que puder me dar tempo de televisão será bem-vindo”,
convida.
Com informações do Bahia Noticias
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