Pesquisador no
laboratório do Imperial College School of Medicine, em Londres, trabalha na
imunização: celeridade (foto: Tolga
Akmen/AFP)
Da: Redação
Prof.
Taciano Medrado
Prezado(a)s
Leitore(a)s,
Com resultados
encorajadores nas etapas preliminares, a futura vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela
Universidade de Oxford, em parceria com a AstraZeneca, deverá ser entregue
“antes do fim do ano”, estimou, nesta terça-feira, Pascal Soriot, diretor-geral
da biofarmacêutica anglo-sueca.
De acordo com ele, a
empresa está disposta a abrir mão de ganhos financeiros, ao contrário da Pfizer e da Moderna, que também estão em fase avançada de
pesquisas. A vacina britânica está sendo testada no Brasil.
“Nosso objetivo é fornecer a vacina para o mundo inteiro. Temos uma meta que
também é fazer isso sem lucro, ou seja, entregaremos a vacina a preço de custo
em todo o mundo”, disse Pascal Soriot. Segundo o dirigente da AstraZeneca, o
valor desse ônus deve ficar em torno de 2,5 euros por unidade, o equivalente a
R$ 14,92. O grupo americano Johnson & Johnson espera fazer o mesmo.
Os laboratórios norte-americanos Pfizer, Merck e Moderna, no entanto, não vão
abrir mão de seus lucros. Durante audiência, nesta terça-feira, no Congresso
dos Estados Unidos, as três empresas ressaltaram que, se conseguirem obter uma vacina contra o
novo coronavírus, não vão comercializá-la a preço de custo.
Subsídios
Várias empresas receberam subsídios de centenas de milhões de dólares dos governos americano e de outros países, porém, esses acordos nem sempre limitam o preço máximo das doses de imunização.
A Moderna
desenvolveu uma das vacinas experimentais mais avançadas, cujos testes de fase
três terão início na próxima semana com 30 mil voluntários. A companhia de biotecnologia recebeu
US$ 483 milhões (R$ 2,4 bilhões) do governo dos EUA para o financiamento de
pesquisa e desenvolvimento, mas, segundo o presidente Stephen Hoge, não há
contrato de fornecimento para o país.
Julie
Gerberding, da Merck, disse que o laboratório não terá uma vacina pronta pelo
menos até 2021 e que também não fechou acordo para entregar aos EUA. De acordo
com John Young, da Pfizer, o preço da vacina da fabricante será avaliado e
levará em conta a atual emergência global de saúde.
Financiada
pela Casa Branca em US$ 456 milhões (R$ 2,3 bilhões), a Johnson & Johnson,
informou que o preço de mais de um bilhão de doses não vai gerar lucro durante
a fase de emergência.
Enquanto isso,
a AstraZeneca assinou um contrato de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,2 bilhões) com a
agência Barda, do governo norte-americano. Eles preveem a provisão de 300
milhões de doses a preço de custo. A União Europeia assinou acordo semelhante
em junho.
Os primeiros
testes clínicos da vacina AstraZeneca produziram uma resposta imune
significativa e provaram ser seguros para os pacientes. A eficácia deve ser
estabelecida em um estudo de fase 3, com um número muito maior
de participantes, antes de considerar sua comercialização em larga escala.
“Nossa
esperança é ter resultados (para a fase 3) no outono (no Hemisfério Norte).
Então, achamos que estaremos em condições de administrar a vacina até o fim do
ano, no mais tardar”, disse Pascal Soriot. “Trabalhamos de acordo com os reguladores,
trocamos dados diários para que a avaliação seja feita rapidamente. Fabricamos
ao mesmo tempo em que fazemos testes clínicos, o que economiza tempo”,
acrescentou.
Segundo o
diretor-geral da AstraZeneca, o grupo começou a produzir vacinas em muitas
regiões para que “estejam disponíveis a serem usadas se os resultados clínicos
forem positivos”. Outro projeto de imunização, realizado na cidade chinesa de
Wuhan, por pesquisadores de várias agências, produziu resultados encorajadores
durante os ensaios clínicos preliminares. Essa vacina também está sendo testada
no Brasil, inclusive, em Brasília.
Encontrar uma fórmula
para combater o Sars-CoV-2 tornou-se um desafio para os cientistas. Muitos
laboratórios ao redor do mundo participam de uma corrida contra o tempo para
desenvolvê-la. No total, há 250 substâncias sendo pesquisadas, incluindo 23 na
fase clínica (testadas em seres humanos).
Para ler outras matérias acesse, www: professortacianomedrado.com
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