foto reprodução internet/Google
Da Redação
Prof. Taciano Medrado
Os Estados Unidos e o Taleban assinaram neste
sábado (29) um acordo de paz histórico, para tentar colocar fim a um conflito
de quase 20 anos
Em um evento em Doha, no Qatar, o negociador
americano, Zalmay Khalilzad, e o mulá Abdul Ghani Baradar, assinaram o texto, e
em seguida, deram um aperto de mãos
Pelo acerto, o Taleban se compromete a parar de
fazer ataques, a não apoiar grupos terroristas e a negociar com o governo
afegão. Em troca, todas as tropas dos EUA e da coalizão da Otan deixarão o país
até abril de 2021, e o Taleban ficará livre de sanções, caso os termos
acordados sejam cumpridos
Os governos dos EUA e do Afeganistão prometeram
libertar cerca de 5.000 prisioneiros ligados ao Taleban. Em troca, o grupo
soltará cerca de 1.000 presos
A retirada de tropas será feita de forma
gradual ao longo de meses, e o número de militares estrangeiros no Afeganistão
será reduzido de cerca de 14 mil para 8.600 até julho. No entanto, caso haja o
retorno da violência no pais, o processo poderá ser revertido.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo,
discursou no evento e disse que o Taleban se comprometeu a cortar seus laços
com Al Qaeda, a combater o Estado Islâmico e a manter os progressos obtidos
pelas mulheres desde 2001
O Taleban defende uma visão radical de
preceitos islâmicos. Quando esteve no governo, as mulheres não podiam estudar
ou trabalhar fora de casa, e tinham de usar burcas para sair às ruas. Há
temores de que com a volta do grupo à política, as mulheres possam voltar a ser
subjugadas
O mulá Abdul Ghani Baradar firmou o acordo em
nome do Taleban e disse que o grupo está comprometido com os termos. Ele
convocou os políticos e outros grupos afegãos a construir um regime islâmico
para o país e pediu que Paquistão, Indonésia, China e Rússia participem da
reconstrução nacional
Os EUA também se comprometeram a não se
envolver em questões domésticas do Afeganistão e a enviar recursos para equipar
as forças de segurança afegãs. Há também a promessa de retirar as sanções
contra o Taleban até agosto
É a primeira vez que EUA e Taleban realizam um
evento público conjunto para anunciar medidas de paz. Os dois grupos realizaram
negociações secretas ao longo de anos, que foram sendo reveladas aos poucos a
partir de 2018.
Em setembro, Trump cancelou uma reunião secreta
que faria com o Taleban, em solo americano, porque os insurgentes seguiram
fazendo atentados enquanto as conversas eram realizadas
Apesar do tom histórico do evento, líderes dos
EUA e da Otan mostraram comedimento ao estimar as chances de sucesso do acordo.
Pompeo disse que o Taleban mostrou boa vontade ao respeitar uma trégua de uma
semana, que antecedeu o acordo, mas que o monitoramento do cumprimento dos
termos será firme.
A Otan deu apoio ao acordo de paz, mas lembrou
que o processo não será simples. "Temos que estar preparados para reveses
e incidentes", disse Jens Stoltenberg, secretário-geral da entidade, que
une forças militares de vários países.
O ponto mais sensível do acordo é que as
conversas entre o Taleban, o governo afegão e outras forças do país ainda
precisam ser iniciadas. O Taleban até então se recusava a falar com o governo,
pois o considerava um marionete dos EUA.
Agora, as negociações internas estão
programadas para começar em 10 de março.
As Forças Armadas dos EUA invadiram o Afeganistão em 2001, após o 11 de Setembro, e removeram o Taleban do governo. O grupo foi acusado de dar abrigo à rede Al Qaeda, que realizou os atentados.
As Forças Armadas dos EUA invadiram o Afeganistão em 2001, após o 11 de Setembro, e removeram o Taleban do governo. O grupo foi acusado de dar abrigo à rede Al Qaeda, que realizou os atentados.
Houve eleições a partir de 2004, mas queixas de
fraude, corrupção e brigas afetaram a credibilidade do governo. Enquanto isso,
o Taleban, que defende uma interpretação radical dos preceitos islâmicos, foi
ressurgindo e fazendo ataques, ao lado de outros grupos rebeldes.
Caso funcione, o acordo será um trunfo para o presidente Donald Trump, que busca o segundo mandato na eleição de novembro. Ele prometeu diversas vezes acabar com o que chama de "guerras sem fim". O líder americano reclama que os soldados fazem pouco mais do que um trabalho de polícia e que a guerra demanda muito dinheiro.
Para os afegãos, há temores de que, sem a presença militar estrangeira, etnias e regiões rivais entrem em conflito e que isso gere uma guerra civil como a dos anos 1990.
A democracia afegã enfrenta questionamentos internos. O presidente Ashraf Ghani, foi declarado reeleito em 18 de fevereiro, cinco meses após a realização da eleição, processo que atrasou devido à revisão de votos. Com a demora, opositores ameaçaram rejeitar o resultado e formar um governo paralelo.
Caso funcione, o acordo será um trunfo para o presidente Donald Trump, que busca o segundo mandato na eleição de novembro. Ele prometeu diversas vezes acabar com o que chama de "guerras sem fim". O líder americano reclama que os soldados fazem pouco mais do que um trabalho de polícia e que a guerra demanda muito dinheiro.
Para os afegãos, há temores de que, sem a presença militar estrangeira, etnias e regiões rivais entrem em conflito e que isso gere uma guerra civil como a dos anos 1990.
A democracia afegã enfrenta questionamentos internos. O presidente Ashraf Ghani, foi declarado reeleito em 18 de fevereiro, cinco meses após a realização da eleição, processo que atrasou devido à revisão de votos. Com a demora, opositores ameaçaram rejeitar o resultado e formar um governo paralelo.
Fonte: Agencia internacional Far News
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